Em Londrina

Governo promete rigor na investigação de ataque a agentes penitenciários

Foto: Reprodução/RPCTV.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) prometeu investigar, de forma rigorosa, o ataque aos agentes penitenciários que aconteceu em Londrina, Norte do Estado, nesta terça-feira (20). A emboscada, como foi considerada pelo secretário Wagner Mesquita, acabou com um agente morto e outros dois feridos.

Em entrevista coletiva durante uma operação da Divisão de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc), nesta quinta-feira (22), o secretário pediu para que os agentes mantenham a calma e não parem seus trabalhos. “Por favor, peço a categoria, que não se deixe influenciar neste momento, que é um momento delicado”.

Conforme o secretário, ele esteve em Londrina e o crime aconteceu de forma premeditada. “Foi uma emboscada covarde praticada por uma quadrilha muito bem armada. Já existem linhas de investigação, pode haver ou não ligação com facção criminosa, não descartamos, mas não temos certeza ainda. O que sabemos é que foi uma ação coordenada”, detalhou.

Os atiradores atacaram o carro em que os agentes penitenciários estavam momentos depois de saírem da Penitenciária Estadual de Londrina II (PEL II). No trajeto, perto de uma Unidade Paraná Seguro (UPS), eles foram surpreendidos. Mesmo feridos, eles conseguiram levar o carro até o Hospital da Zona Sul em busca de socorro. O agente Thiago Bordes, de 33 anos, não resistiu e os outros dois, uma mulher e um homem, sobreviveram.

Os atiradores, conforme informou o secretário de segurança, usaram um fuzil e uma pistola nove milímetros. “O tiro que atingiu a agente acertou o colete balístico que ela usava e, por isso, ela resistiu”. Um carro foi encontrado próximo ao local do crime e a polícia vai apurar se ele foi usado pelos bandidos.
Ainda de acordo com o secretário, não é possível saber se os atiradores tiveram alguma informação privilegiada por parte de algum funcionário da penitenciária. “Acontece que era dia de visita e o comboio saiu normalmente do prédio, qualquer um poderia ver. Nós priorizamos as investigações e já sabemos que o que aconteceu foi uma represália”.

Finalizando a entrevista, Wagner Mesquita pediu para que os agentes se unam, mas continuem desempenhando o trabalho sem parar as atividades. “O suporte aos agentes tem sido dado. Há dois anos, eles não tinham armas, coletes e nem viaturas. Hoje eles já têm armas próprias, receberam coletes e isso, inclusive, salvou a vida dessa agente baleada”, disse.

O secretário defendeu que qualquer pedido do sindicato será ouvido e atendido, mas pediu para que, neste momento, de festas de final de ano, os agentes não entrem em greve. “Não houve nenhuma notificação de greve, mas peço à categoria que, por favor, não confundam as coisas. Não se pode tirar proveito de um fato lamentável para questões sindicais. Peço para que mantenham as atividades, ainda mais nesta época tão delicada. O trabalho dos agentes no Paraná tem sido importante”.

Ameaças denunciadas

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), publicou em seu site uma nota dizendo que a Seção de Inteligência da Sesp-PR sabia que um preso preparava uma ação para matar agentes penitenciários do Setor de Operações Especiais (SOE) de Londrina. “Mesmo sabendo da promessa de ataque, a SESP e o DEPEN (Departamento Penitenciário) não tomaram providências para garantir segurança mínima aos servidores”, afirma o sindicato.

Conforme o texto, o Sindarspen teve acesso a um documento que informava, no dia 14 de outubro deste ano, que o ataque era articulado pelo membro de uma facção criminosa. Por conta do ataque, nesta quarta-feira (21), o chefe do grupamento tático, Humberto Benigno Ferreira Junior, informou ao Depen que os integrantes do SOE vão ficar sem fazer as atividades até que o governo do Paraná dê uma resposta para a falta de estrutura do setor.

Sobre o pedido do secretário de segurança, para que não haja greve, a reportagem fez vários contatos telefônicos, inclusive com a presidente do Sindarspen, Petruska Niclevisk Sviercoski, mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto.