Um caso que parecia ser suicídio teve uma reviravolta e a Polícia Civil descobriu que a mulher matou o próprio marido. A morte de Cássio Ormond de Araújo, tenente da Polícia Militar (PM), aconteceu na noite de domingo, na residência do casal, na Rua Presidente Epitácio Pessoa, no Tarumã, em Curitiba.

continua após a publicidade

A esposa do tenente, Franciele Caroline Moscaloski, 26 anos, foi presa depois que policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) desconfiaram da história. A Tribuna do Paraná apurou que ela confessou e deu detalhes sobre o crime.

O assassinato aconteceu por volta das 22h. Logo quando a PM chegou, os policiais teriam sido acionados por um suicídio. A esposa do policial relatou aos policiais que estava em outro cômodo da casa, quando ouviu o disparo e encontrou o tenente ferido.

O Samu foi acionado, mas os socorristas apenas constataram que já não podiam fazer mais nada para salvar o policial. A morte parecia estar esclarecida, e nas redes sociais muitos colegas de Cássio fizeram postagens lamentando o que havia acontecido.

Desconfiança

continua após a publicidade

Como de praxe em todos os crimes contra a vida, uma equipe da DHPP foi até o local e os policiais começaram a checar o que tinha sido contado. Poucas horas depois, a equipe de investigação desconfiou e descobriu que, na verdade, o policial tinha sido morto pela esposa.

Antes da confissão de Fraciele, acreditava-se que a morte de Cássio tinha sido suicídio. Foto: Reprodução.

Aos policiais e também ao delegado-titular da DHPP, já nesta segunda-feira (24), Franciele contou detalhes sobre como tudo aconteceu. Segundo a jovem, o casal não tinha discutido, mas ela disse que estava mexendo com a arma do policial (girando-a na mão) quando, sem querer, disparou e acertou a cabeça do marido.

Casos extraconjugais

continua após a publicidade

Durante o interrogatório, a mulher teria dito que ambos tinham relacionamentos extraconjugais. Ela disse que os dois sabiam destes relacionamentos, mas não falou se isso motivou o crime.

O que chamou a atenção dos investigadores foi o fato de que Franciele escondeu a camiseta que usava no momento do crime. Ela levou a roupa para a casa da avó, onde a camiseta foi apreendida e deve passar por perícia.

Além disso, a jovem teria limpado a arma. Outro ponto que fez com que a DHPP suspeitasse da história contada por Franciele foi o fato de que, no Instituto Médico-Legal (IML), o exame feito pelo médico legista apontou que o ferimento na cabeça do policial não era proporcional ao provocado por um suicídio. Conforme apurou a reportagem, o disparo foi efetuado a curta distância, mas não pelo próprio tenente.

A intenção da DHPP, nos próximos dez dias, é confirmar se a versão contada pela jovem, de que o crime aconteceu sem a intenção, por um disparo acidental, é verdadeira ou não. Os policiais apuram se o assassinato não pode ter sido premeditado.

O casal não tinha filhos, estava junto sete anos e vizinhos contaram aos investigadores que os dois brigavam direto. A jovem já foi bombeira, mas pediu para sair da corporação depois de três anos trabalhando. Franciele, segundo a Polícia Civil, não tinha nenhuma passagem em sua ficha criminal e agora vai responder por homicídio doloso qualificado.