'Greve dos policiais'

Em protesto contra Ratinho, delegacias podem fechar à noite e nos fins de semana

Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Delegados, policiais civis, escrivães, peritos, agentes penitenciários anunciaram, nesta quarta-feira (19), uma série de ações conjuntas em reação ao não pagamento da data-base das categorias e às negativas do governo do Paraná em negociar uma solução para tema. O assunto já perdura quatro anos. O principal impacto que deve sofrer a população é na questão do atendimento do plantão nas delegacias. Os servidores públicos prometem trabalhar apenas em horário comercial, fechando as portas à noite e nos fins de semana.

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A informação foi repassada por meio de uma nota que contém as reivindicações. Entre as promessas estão o direcionamento para restrito cumprimento do expediente legal de trabalho nas delegacias (40 horas semanais, sendo 8 horas diárias), a entrega simbólica ao governo do estado das viaturas que estão com defeito e necessitando de revisão e manutenção, a recusa em usar equipamentos de uso funcional vencidos ou com defeitos, além do apoio irrestrito a todo e qualquer ato grevista dos servidores públicos do estado.

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A data, inclusive, para a entrega simbólica de viaturas com defeito está agendada para a próxima segunda-feira (24), por meio de carreata, prometida para começar às 13h. A nota foi emitida em nome da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol), Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná (Sidepol), Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), Sindicato dos Policiais Civis do Paraná (Sindipol), União da Polícia Civil do Paraná (UPC), Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná (Simpoapar), Associação Brasileira de Criminalística (ABC) e Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária (ADPJ).

Reunião entre profissionais de entidades que representam a Polícia Civil. Foto: Divulgação/Adepol-PR
Reunião entre profissionais de entidades que representam a Polícia Civil. Foto: Divulgação/Adepol-PR

Leia a nota na íntegra

“A Associação dos Delegados de Polícia do Paraná – ADEPOL-PR, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná – SIDEPOL-PR, o Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná – SINCLAPOL-PR, o Sindicato dos Policiais Civis do Paraná – SINDIPOL-PR, a União da Polícia Civil do Paraná – UPC-PR, o Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná – SINPOAPAR, A Associação Brasileira de Criminalística – ABC e a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária – ADPJ, tendo em vista o congelamento salarial dos servidores públicos do Paraná, que perdura há 04 (quatro) anos, bem como a omissão do Governador Ratinho Jr. em relação ao tema, uma vez que sequer ouviu os representantes classistas, reuniram-se de forma inédita, nesta data, a fim de deliberar e aprovar medidas conjuntas a serem colocadas em prática objetivando a urgente adimplência do reajuste inflacionário acumulado no período (data-base).
Salienta-se que a correção inflacionária da remuneração dos servidores não se confunde com privilégio. Pelo contrário. Trata-se de um direito constitucionalmente amparado para compensar o fenômeno econômico da inflação, que corrói o poder aquisitivo, fato este que também incide sobre o trabalhador do serviço público, motivo pelo qual deve-se resguardar seus direitos.
As entidades representativas de cada classe e dos servidores policiais de modo geral, no que tange à possível não atendimento ao pleito aqui apresentado, decidem:

a) Que os Policiais Civis e Científicos farão apenas o releasing para a imprensa das operações policiais;
b) Realizar entregas simbólicas de viaturas por meio de carreata, a ser realizada às 13:00 horas do dia 24/06/2019;
c) Obedecer a carga horária laboral constitucional de 40 (quarenta) horas semanais;
d) Obedecer estritamente as normas de segurança policial, inclusive em relação à célula mínima de 02 (dois) policiais civis por diligências e escoltas de presos;
e) Não trabalhar com equipamento vencido ou defeituoso;
f) Apoiar e participação junto às manifestações acerca de greve;
g) Divulgar o movimento em faixas;
h) Exigir que o governo estabeleça requalificação a todos os Policiais Civis;
i) Cientificar a sociedade, através dos meios necessários, acerca da crise de recursos humanos na Polícia Civil e na Polícia Científica.
j) Divulgar na imprensa que outras instituições estão recebendo a data-base;
k) Mostrar à sociedade que atualmente os policiais civis e científicos estão apenas recebendo 83% do salário, quando é levado em consideração a remuneração anual;
A ADEPOL-PR, o SIDEPOL-PR, o SINCLAPOL-PR, o SINDIPOL-PR, a UPC-PR, o SINPOAPAR, a ABC e a ADPJ, seguem à disposição de seus associados e filiados, na defesa intransigente de vossas prerrogativas.”

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