O delegado Max Dias Lemos, que atua no comando da Delegacia de Matinhos, no Litoral do Paraná, foi preso na manhã desta segunda-feira (29) suspeito de falsificar documentos e liberar traficantes. A informação foi confirmada pela própria Polícia Civil e a prisão aconteceu durante uma ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Além do policial, outras três pessoas foram detidas, entre elas um traficante interestadual, foragido da Justiça.

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As investigações foram feitas pela da 2ª Promotoria de Justiça de Ibaiti, Norte do Paraná. Ao todo, com o apoio do Gaeco de Curitiba, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, quatro deles em residências (em Ibaiti, Telêmaco Borba e Matinhos) e um na Delegacia de Matinhos. Também foram expedidos quatro mandados de prisão.

Tribuna do Paraná apurou que as investigações duraram oito meses e começaram enquanto promotores monitoravam um traficante de Ibaiti, líder de uma organização criminosa que atua na região, que estava foragido. No decorrer das investigações, um ex-policial militar e o sogro do prefeito da cidade do interior foram monitorados e presos durante uma viagem a Matinhos, com certa quantidade de droga.

O objetivo da dupla, segundo as investigações, era o de levar a droga para o traficante foragido. Os dois foram conduzidos até a Delegacia de Polícia de Matinhos, onde ficaram detidos durante uma noite. No dia seguinte, o delegado teria liberado a dupla, por meio de uma “portaria”. Max Lemos, conforme a promotora Dúnia Serpa Rampazzo, adulterou as peças do inquérito policial ao receber algum valor em propina.

Tráfico de drogas

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Além da suposta corrupção por parte do delegado, ele se complicou ainda mais quando os policiais foram cumprir o mandado de prisão e de busca na casa em que morava. Isso porque, conforme informou a Polícia Civil, os policiais encontraram porções de cocaína na residência. Por conta disso, Max Lemos também vai ser autuado por tráfico de drogas.

Ainda conforme a Polícia Civil, a prisão do delegado não teve relação com a Delegacia de Matinhos e também não está ligada com a atividade policial desempenhada no litoral do Paraná durante a Operação Verão. A ação do Gaeco foi acompanhada por uma equipe da Corregedoria Geral da Polícia Civil (CGPC).

Além do crime de corrupção, delegado também vai responder por tráfico. Foto: Reprodução/Facebook.

Cargo em jogo

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A Polícia Civil informou que o delegado vai ser encaminhado ao Centro de Triagem (CT) de Curitiba, onde fica à disposição da Justiça. Paralelo às investigações do Gaeco, foi aberto um processo administrativo pela CGPC, para apurar a conduta do servidor. Se comprovadas as irregularidades, o delegado está sujeito a pena de demissão do cargo.

Segundo a promotoria responsável pelas investigações, além do delegado, que já tinha o mandado de prisão expedido pelos crimes de corrupção passiva e falsificação de documento público e acabou caindo em flagrante por tráfico, o ex-policial militar e o sogro do prefeito de Ibaiti também foram presos. O líder da organização criminosa, que é suspeito de tráfico interestadual de drogas, também foi encontrado e vai responder também por associação para o tráfico e corrupção ativa majorada.

Adepol defende

Em nota, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (Adepol-PR), disse que já foram tomadas as providências cabíveis para garantir ao delegado seus direitos “e defender a busca da verdade real no caso”. Isso porque a Adepol afirma que, até que se prove o contrário, defende a inocência do delegado, “até porque em outros episódios dessa natureza, a justiça em foro liminar Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) anulou os decretos de prisão expedidos por ausência de justa causa”, finaliza a nota.

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