Curitiba

Delegado atira contra bombeiro no Centro, após mandar oficial correr

Foto: Atila Alberti/Tribuna do Paraná.

O delegado da Polícia Civil do Paraná e presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol), Daniel Prestes Fagundes, atirou contra um oficial do Corpo de Bombeiros, o tenente Leonardo Andri Doris, no fim da madrugada deste domingo (14). O motivo pelo qual o delegado atirou no bombeiro ainda não está claro, pelo menos publicamente. O bombeiro levou apenas um tiro de raspão no braço e passa bem. Já o delegado foi detido, levado à Central de Flagrantes e liberado depois de prestar esclarecimentos.

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Conforme registros da Polícia Militar, o delegado já tinha se envolvido em outra confusão com tiros, nas proximidades, antes de atirar contra o bombeiro, nesta segunda situação. A primeira delas ocorreu perto de um posto de combustíveis, na esquina das Ruas Vicente Machado e Brigadeiro Franco, por volta das 4h30. O delegado teria sido cercado por três rapazes, que queriam bater nele com um skate. Daniel teria se identificado como policial e, para escapar da agressão, teria dado três tiros para o chão. Em seguida, parou um carro de aplicativo que estava de passagem, para tirá-lo dali, e seguiu rumo à Rua Brigadeiro Franco.

Do posto para o hotel

A Polícia Militar foi chamada e, enquanto procurava pelo autor dos disparos, recebeu novo chamado de que tinham ocorrido mais disparos de arma de fogo, desta vez na Rua Doutor Carlos de Carvalho. O oficial dos Bombeiros estava parado em uma calçada, aguardando também a chegada de um veículo de aplicativo, quando foi surpreendido pelo delegado, que saiu do carro, mandou o bombeiro correr e disparou a arma. O oficial correu, mas um estilhaço de bala acabou atingindo a parte interna do antebraço direito dele.

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Segundo a assessoria dos Bombeiros, o tenente passa bem. O delegado, após cometer os disparos, entrou numa casa noturna, no início da Alameda Cabral, saiu por uma porta de emergência e entrou num hotel, onde foi encontrado num dos quartos pelos policiais. Quando viram que tratava-se de um policial civil, os PMs acionaram o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), que entrou no quarto e depois levou o delegado até à Central de Flagrantes, única delegacia da Polícia Civil, em Curitiba, que funciona no período noturno e finais de semana para acolher boletins de ocorrência e prisões em flagrante. Todos os envolvidos nas duas ocorrências subsequentes foram ouvidos e liberados.

A arma que o delegado portava, uma pistola calibre .40, foi recolhida.

Investigação

Em nota, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) informou no fim da manhã deste domingo que, segundo o delegado, não houve qualquer desentendimento prévio entre ele e o bombeiro militar. Sobre o disparo, o delegado também afirmou que o tiro teria ocorrido em direção ao chão, fazendo com que um estilhaço atingisse acidentalmente de raspão o braço do oficial que estava próximo.

Ainda de acordo com a PCPR, “todos os fatos envolvendo o servidor, ocorridos nesta madrugada, serão apurados. Irregularidades, caso verificadas, serão punidas de acordo com a legislação vigente”.

A Adepol também se pronunciou em apoio ao delegado, na tarde deste domingo: “A Associação dos Delegados de Policia do Paraná vem a público manifestar seu apoio irrestrito ao associado e presidente da entidade, Dr. Daniel Prestes Fagundes, que se envolveu em uma ocorrência policial nesta madrugada. Após prestar os esclarecimentos, não houve prisão em flagrante. O delegado foi liberado e os fatos serão esclarecidos no inquérito policial. A Associação acompanhará o desenrolar dos fatos.”, diz a nota oficial.

 

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