Dez mandados!

Carros batidos que eram arrumados com peças roubadas são foco de caçada da polícia

Sete veículos foram apreendidos. Foto: Gerson Klaina.

Sete veículos com sinais de adulteração foram apreendidos numa operação da Polícia Civil na manhã desta terça-feira (26). A ação, desencadeada pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), acendeu um alerta a quem está na busca por um carro seminovo. Além disso, a polícia também orientou quem quer vender o carro, para evitar que seja clonado.

O trabalho de investigação da polícia durou dois meses e não resultou em prisão neste primeiro momento e dos dez mandados de busca e apreensão, todos foram cumpridos. Conforme o delegado Victor Menezes, um homem que já tem passagens por receptação e adulteração de sinais identificadores de veículos, era o responsável pelo esquema.

A partir do monitoramento do suspeito, a polícia descobriu que a adulteração dos veículos começava pela compra de vários carros sinistrados, por um preço bem abaixo dos praticados pelo mercado. “Provenientes de leilões, seguradoras e empresas de locação. O objetivo é sempre por àqueles veículos que já não poderiam circular”, explicou o delegado.

Com os carros em seu poder, o homem usava outros veículos, estes furtados ou roubados, para remontar os veículos e fazer novos carros. “A partir daí, ele adulterava os veículos que tinha comprado e os revendia para terceiros. As pessoas que compravam sequer imaginavam o passado do carro”, explicou.

Os carros tinham documentação, mas com todos os dados modificados. Quem comprava, como reforçou o delegado, não imaginava mesmo a fria entraria, como no caso de Sadi Palhano Cordeiro, que financiou um Sandero em cinco anos. “Nunca consegui identificar nada de errado no carro, mas agora a polícia bateu à minha porta e disse que meu carro era roubado”, contou, sem saber o que fazer.

Foto: Gerson Klaina.
Sadi ficou com o prejuízo. Foto: Gerson Klaina.

Prejuízo certo

O homem, que pagou quatro anos do financiamento, ficou com os boletos, de pouco mais de R$ 700, para continuar pagando, mas sem o carro. Segundo a polícia, Sadi vai precisar esperar a perícia ser feita para que a polícia descubra se ele vai poder ter o veículo de volta ou não. “Não sei nem o que fazer, porque precisava do carro. É muito triste”, lamentou o homem.

Todos os veículos apreendidos eram da mesma marca. A dinâmica do investigado permitia que o carro roubado ou furtado pudesse circular livremente, uma vez que a documentação do veículo era “quente”, a partir dos dados dos carros sinistrados comprados, mas o problema era interno, já que o restante dos veículos pertencia a carros com alerta de furto ou roubo.

Alerta importante

O delegado reforçou que tanto na hora de comprar, como também ao vender um carro, é importante se atentar a duas principais dicas. “A primeira delas é ao anunciar um veículo para a venda. Nunca exponha os dados do carro, como a placa, pois é um prato cheio para que o veículo seja clonado e você tenha dor de cabeça”, alertou.

Já para quem vai comprar um seminovo, numa concessionária ou numa loja qualquer, é importante ficar ainda mais atento. “No caso da nossa investigação, por exemplo, o suspeito deixava os carros em consignação para a venda. Por isso, é importante que você passe este veículo, antes de comprar, por uma perícia. Na maioria das vezes compensa gastar um pouco e evitar transtornos no futuro”. O preço médio de uma vistoria varia de R$ 100 a R$ 300.

 

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