Poderia até parecer uma história inventada, mas isso é um tipo de crime que acontece todos os dias Brasil afora. Na noite desta quarta-feira (6), os policiais da Delegacia de Estelionato (DE) de Curitiba receberam uma ligação de um suposto juiz e logo de cara perceberam que se tratava de um golpe, mas ao invés de caírem na armadilha, fizeram uma armadilha para os próprios bandidos.

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O relato veio do delegado Rodrigo Souza, através das redes sociais. Ele contou que era por volta das 21h quando o plantão da DE recebeu a ligação. “Do outro lado da linha, um cidadão se apresentou como um juiz da 1ª Vara de Custódia de Curitiba e perguntou a quantidade de presos e seus respectivos nomes”, disse o delegado.

Além dessas informações, a pessoa do outro lado do telefone também pedia o telefone de um familiar de cada um dos presos que estivessem na carceragem da delegacia. “Como estávamos acabando a formalização de um flagrante, desconfiando da narrativa e de todo o contexto (dificilmente um juiz liga numa delegacia), demos um telefone de um integrante da equipe como se fosse parente de um dos presos”, contou Rodrigo Souza.

O suposto juiz desligou o telefone, mas não demorou muito para que o telefone do “familiar” tocasse logo depois. O policial recebeu a ligação, com DDD 95 (de Roraima). “Dessa vez, um cidadão se apresentava como oficial de justiça pedia que fosse depositada fiança judicial em conta judicial, por ordem do juiz, pois só assim o parente preso seria liberado”.

Desmascarados

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Os bandidos, além de não perceberem que estavam falando com um policial, continuaram a acreditar que conseguiriam concretizar o golpe, mas foram surpreendidos. “Interrompemos o ilustre representante da massa carcerária e perguntamos se a cela estava cheia e se estava calor em Roraima”, detalhou o delegado, dizendo que logo depois desligou o telefone.

Segundo Rodrigo Souza, em 10 anos como delegado, essa foi a primeira vez que algo do tipo acontece. “Um estelionatário tenta passar um golpe na delegacia de estelionato e quase consegue”, brincou o policial, aproveitando para fazer um alerta não só à população, mas também às outras unidades da Polícia Civil. “Os detentos estão se passando por juízes e pedindo números de telefones dos parentes dos presos. Ladrão roubando parente de ladrão”.

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