Revolta!

Após denúncia de estupro, estudantes da UP marcam protesto pra pedir melhorias no campus

Foto: Reprodução/Facebook

Depois da notícia de um possível caso de estupro dentro da Universidade Positivo (UP), um protesto foi marcado pelos alunos da instituição para pedir por mais segurança no campus. O encontro dos estudantes, divulgado pelas redes sociais, deve ser nesta terça-feira (9), dentro da universidade e próximo ao local onde o crime teria acontecido.

Evento no Facebook já tem cerca de mil confirmados. Foto: Reprodução/Facebook
Evento no Facebook já tem cerca de mil confirmados. Foto: Reprodução/Facebook

No Facebook, mais de mil pessoas já confirmaram presença na manifestação marcada para 19h na ponte do lago no campus Ecoville. A intenção dos jovens é pedir que a UP tome medidas urgentes. A universidade, por sua vez, diz que já está avaliando o assunto.

Em entrevista à Tribuna do Paraná, a estudante Gabriele Zucoloto disse que a falta de iluminação é o que traz insegurança aos jovens. “Desde que comecei a estudar, os problemas de iluminação são presentes. No início não fazia parte do meu cotidiano, visto que sempre estudei no período da manhã, mas há dois anos, com a mudança para a noite, foi notável a insegurança”, contou a jovem, que também é presidente do Conselho dos Representantes de Turma do Curso de Direito e tem acompanhado o caso desde o início para dar apoio à vítima.

Segundo a jovem, as escadas laterais aos blocos não possuem iluminação. “E aquelas que tem, não funcionam. Além disso, as cantinas fecham às 22h e apagam as luzes, mas a aula só acaba às 22:30. Os estacionamentos possuem iluminação, mas não é proporcional ao seu tamanho, ficando escuro e inseguro”.

Estudantes reclamam da iluminação precária em todo o campus da universidade. Foto: Arquivo pessoal
Estudantes reclamam da iluminação precária em todo o campus da universidade. Foto: Arquivo pessoal

Avaliação dos estudantes

A jovem avaliou que depois do possível crime que passou a ser investigado pela Polícia Civil, a universidade deve melhorar as condições no campus. “Isso nós temos certeza, mas é sempre preciso a tragédia para que haja melhoria. Lamentável. Triste”, comentou denunciando ainda que não vê seguranças fazendo rondas no interior da instituição, que é cercada por vegetação.

“Na última sexta feira, enquanto aguardava minha van, na frente da cantina do bloco bege, principal acesso ao estacionamento do bloco, estava tudo escuro. Depois do que soubemos, não quero mais andar sozinha, eu não quero que minhas amigas andem sozinhas. O medo nos tomou conta e por isso exigimos uma mudança imediata”, desabafou Gabriele.

Sobre as reclamações dos jovens, a Universidade Positivo informou, em nota, que criou um comitê para estudar melhorias no campus. Segundo a UP, neste comitê vão participar especialistas, representantes de alunos e funcionários da instituição. “As portas e os canais estão abertos para acolhimento e pleno apoio aos alunos e às famílias, tanto via nossos professores e coordenadores como pela ouvidoria da instituição”, disse a nota.

Estupro investigado

A investigação do caso de estupro dentro da UP foi noticiado com exclusividade pela Tribuna do Paraná. Conforme a denúncia, o crime teria acontecido no dia 18 de abril, perto de uma ponte do lago da universidade que dá acesso ao grande auditório. A jovem, de 19 anos, contou que foi estuprada por dois homens que a teriam colocado um pano na boca.

Depois do ocorrido, a vítima não voltou mais à universidade. Ela só conseguiu relatar o caso à família e à polícia cerca de duas semanas depois. Na semana passada, a estudante passou por exame de corpo de delito e fez um retrato falado dos suspeitos.

O crime é apurado pela Delegacia da Mulher, que nesta segunda-feira (8), disse não ter ainda novidades sobre as investigações. Segundo a polícia, o inquérito policial já foi aberto e todas as diligências necessárias para a apuração dos fatos e identificação dos suspeitos estão sendo feitas. A Polícia Civil também está atrás de imagens de câmeras de segurança que possam ajudar nas investigações. Denúncias podem se feitas através do telefone da DM (41) 3219-8600.