A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira (7) que o Estado brasileiro precisa recuperar a cultura do investimento público e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com uma nova filosofia de gestão dos gastos, trabalha neste sentido. Segundo ela, com a crise da dívida nos anos 80, o Brasil perdeu a capacidade de investir e também de fazer projetos e trabalhar a eficiência da gestão do gasto. Na visão da ministra, esta situação levou à criação de mecanismos voltados apenas para o controle de gastos. Agora com o PAC, o governo trabalha em uma nova estrutura de gestão de modo a produzir gastos e investimentos mais eficientes e também mais céleres para que haja maior impacto no desenvolvimento econômico.

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Obras

Dilma disse também que as soluções para destravar obras emblemáticas do PAC, como as usinas hidrelétricas do Rio Madeira são técnicas e não políticas. A ministra foi questionada por que o governo não apresentou os ajustes no projeto das obras do Rio Madeira até agora. A licença ambiental foi pedida ao Ibama em maio de 2005, mas até agora o órgão não liberou o documento. "Não existe uma escolha de Sofia. Em nenhum momento o governo buscou solução técnica, aliás, política ". Dilma disse que "acha" que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não busca uma solução política para a questão. Dilma avaliou que o porcentual de 9,1% de obras classificadas com o carimbo de "preocupante" no primeiro balanço do PAC tenha sido puxado justamente pela demora do início das obras das usinas Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira, em Rondônia.

Angra 3

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Dilma esclareceu ainda que a discussão sobre Angra 3 não deve ser colocada como uma alternativa à construção das duas usinas hidrelétricas no Rio Madeira, que enfrentam problemas de licença ambiental. Segundo a ministra, Angra 3 tem sido colocada como uma alternativa "estranha" ao Rio Madeira. "Angra 3 diz respeito ao abastecimento energético do País. Se em 2007 o País tiver crescido a taxas que queremos, nós precisaremos de energia", disse Dilma.

A ministra afirmou que o Brasil ainda tem recursos hídricos a serem explorados, mas que na área térmica o País tem dificuldades com gás e não tem carvão. "A energia nuclear é colocada como uma das possibilidades, não diz respeito ao Madeira, mas é uma discussão que o Brasil terá que fazer", afirmou.

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Ela disse que Angra 3 integra o Plano Decenal de Energia. "Não acredito que tenhamos muitas alternativas. Não acho que em um país das dimensões como o nosso a energia eólica seja uma alternativa para o crescimento sustentável", disse.