O secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, recebeu no começo da tarde desta quarta-feira (12), em seu gabinete, a cabeleireira Eliane Aparecida de Souza, 30 anos, que acusa policiais militares do 13.º Batalhão, em Curitiba, de ameaçá-la depois de ela ter denunciado ser vítima de agressão e atentado violento ao pudor, numa abordagem policial.
A cabeleireira foi convidada por Delazari na segunda-feira passada (10). Ele garantiu à Eliane que acompanhará pessoalmente as investigações sobre o caso. ?Não podemos admitir que uma pessoa que faz uma denúncia contra um policial seja perseguida e sofra ameaças. Neste Estado o policial tem que respeitar o direito do cidadão e não atentar contra os direitos humanos?, disse o secretário.
A cabeleireira agradeceu o apoio da Secretaria da Segurança e disse que confia na apuração dos fatos e punição dos responsáveis. ?Agradeço muito pela atenção. É muito bom saber que existem pessoas de bem na polícia. Confio e espero sinceramente que toda a verdade seja apurada e os responsáveis sejam punidos?, declarou Eliane. Ela que mora e trabalha na Espanha, mas é natural de Assaí, no Norte do Paraná, e garante que ficará no Brasil até que o inquérito seja finalizado.
Inquérito
Inquérito Policial Militar foi instaurado contra os PMs denunciados por Eliane. Eles foram imediatamente afastados dos trabalhos de rua e fazem somente serviços burocráticos dentro do Batalhão. Após todo o processo de coleta de depoimentos, o inquérito será enviado ao Ministério Público (MP). Se provadas todas as denúncias, os policiais poderão ser expulsos da corporação.
Acusações
A cabeleireira contou que, na noite do dia 15 de março, dirigia seu carro no bairro Sítio Cercado, acompanhada de uma amiga e seus dois filhos, quando viu dois policiais militares do 13.º Batalhão da PM agredindo um grupo de rapazes. Depois disso, Eliane diz ter sido seguida pelo carro da PM e recebeu a determinação de parar. Segundo ela, os policiais apontaram-lhe armas e deram início a uma série de agressões físicas contra ela. A cabeleireira disse que foi algemada e levada à 4.ª Companhia do 13.º Batalhão, onde diz ter sofrido mais espancamentos e violência sexual. No mesmo dia, 15 de março, Eliane foi até o 13.º Batalhão da PM e apresentou a denúncia.