Se vencer a eleição no primeiro turno, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não vai nomear imediatamente o presidente do Banco Central e do ministro da Fazenda. “Certamente, não vamos indicar os nomes a toque de caixa”, disse em entrevista à ?Rádio Gaúcha? nesta segunda-feira, sempre ressalvando que primeiro precisa ganhar a eleição
“Depois é que vamos reunir as forças que nos apoiaram e discutir a estrutura para montar o governo.” Além dos aliados, Lula prometeu ouvir “gente importante da sociedade” para compor o conjunto de pessoas que vão “salvar este País”.
Durante a entrevista, Lula voltou a dizer que a crise econômica é passageira e que acredita no crescimento do País. Tanto que manifestou o desejo de dobrar o poder aquisitivo do salário mínimo em quatro anos.
Mesmo reconhecendo que “não é muito, não”, Lula lembrou que “o Brasil é um País capitalista e precisa ver dinheiro circulando em seu mercado”.
Quanto à possibilidade de vencer no primeiro turno, o candidato mostrou-se cauteloso. Elogiou o esforço dos adversários que trabalham para levar a eleição a uma nova rodada, qualificando-o de “louvável para a democracia”, mas admitiu que quer buscar, nesta semana, os votos que podem definir a disputa no próximo domingo.
A perspectiva de vitória também tem feito o candidato petista reafirmar seus planos. As reformas agrária, tributária e política serão discutidas com os setores organizados da sociedade no primeiro semestre de um eventual governo Lula. A idéia é encaminhá-las ao Congresso no segundo semestre como projetos da sociedade e não só do governo, o que facilitaria inclusive a aprovação das matérias. Lula também prometeu repactuar as dívidas dos Estados e reativar a Sudene.