Saúde tem campanha contra raiva canina na fronteira

Uma parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, o Ministério da Saúde do Brasil, a Itaipu Binacional e o Ministério da Saúde do Paraguai está possibilitando a realização de uma campanha de vacinação anti-rábica canina na região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai nos meses de agosto e setembro. A campanha deve se estender até o dia 24 de setembro, incluindo 25 municípios paranaenses e duas regiões de saúde do Paraguai na fronteira entre os dois países.

A meta é vacinar 145 mil cães e gatos nos municípios paranaenses e 100 mil no Paraguai. Se essa meta for alcançada, a cobertura vacinal da região será superior a 80% da população total desses animais, evitando assim a circulação do vírus da raiva canina e a transmissão da doença aos seres humanos.

“A vacinação só é feita na fronteira com o Paraguai porque nas outras regiões do Estado não existe mais raiva canina desde o final da década de 70. A raiva está controlada nos três Estados do Sul”, explica Paulo Guerra, técnico da Divisão de Zoonose da Secretaria da Saúde. “Nos últimos três anos, as campanhas de vacinação anti-rábica canina integradas pela Secretaria da Saúde do Paraná e as outras três instituições obtiveram ótimos resultados, interrompendo a circulação do vírus rábico entre a população canina. A manutenção das campanhas com a participação da população contribui para o controle definitivo e a ausência de aparecimento de novos casos”, afirma Paulo Guerra.

Mas os municípios situados perto da fronteira do Brasil com o Paraguai ainda são considerados de risco para a transmissão da raiva, pois em 2002 houve registro de casos de raiva canina e humana na região. O município de Foz do Iguaçu confirmou em 2001 seis casos de raiva canina e, em 2002, mais três casos. No mesmo período foram registradas as mortes de duas pessoas que contraíram raiva em Ciudad Del Este, no Paraguai, e receberam tratamento em Foz do Iguaçu. Em 2004, foi registrado um caso de raiva humana em município da região central do país vizinho a 200 quilômetros da fronteira.

A raiva canina

A raiva canina é uma doença causada por um vírus transmitido pela saliva de animais infectados, que entram no organismo através da pele ou mucosa, depois de uma mordida, lambedura ou arranhadura. Não deve haver necessariamente agressão. No Brasil, o principal animal transmissor da raiva é o cão, mas a raiva também pode ser transmitida por gatos, quatis (comuns na região da fronteira), macacos, morcegos, bovinos, eqüinos e outros animais.

Os sintomas da doença variam conforme a espécie. Em carnívoros geralmente ocorre a raiva furiosa. Quando o animal está doente muda de hábito e comportamento, saliva em abundância e tem dificuldade para engolir, e então fica “babando”. Modifica os hábitos alimentares e sofre paralisia das patas traseiras. O latido do cão fica diferente, parecido com um “uivo rouco”. O animal também pode se tornar agressivo.

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