Saúde lança campanha de incentivo à doação de órgãos

?Faça alguém nascer de novo. Se você é doador, avise a sua família?. Essa é uma das frases que será utilizada nos cartazes de uma campanha nacional para incentivar a doação de órgãos e tecidos, lançada hoje pelo Ministério da Saúde. Com o slogan ?Doe Vida. Seja um doador de órgãos?, a campanha pretende diminuir a fila de espera para transplantes no Brasil, que atualmente é de 56 mil pessoas.

De acordo com o ministro da Saúde, Humberto Costa, a média de doadores por habitante é metade do que seria aceitável para um país com as dimensões e a necessidade do Brasil. O ministro anunciou que fará no início do próximo ano uma pesquisa de opinião nacional para aferir onde estão os temores da população e os preconceitos em relação à doação de órgãos.

?Hoje nós temos um sistema de transplante no Brasil razoavelmente avançado, o que pode fazer que as pessoas se sintam confiantes no aspecto de que não haverá um diagnóstico equivocado quanto à morte encefálica. E muito menos há no nosso país qualquer evidência de que exista tráfico de órgãos?, afirmou.

A meta do Ministério da Saúde é zerar até 2007 a espera por córneas e reduzir a fila por medula óssea e órgãos sólidos como rim, coração e pulmão, em 3% no primeiro ano, 6% no segundo, 9% no terceiro e 12% no quarto. O Brasil é o segundo país em números de transplantes, perdendo apenas para os Estados Unidos. Até o final do ano, a estimativa é de que sejam realizados mais de 8 mil transplantes, que custarão ao governo R$ 343 milhões de reais.

Rins e córneas são os órgãos mais requisitados na lista única de espera do Ministério da Saúde. São 29.381 pessoas aguardando por um rim e 21.975 à espera de córneas. São Paulo é o estado com o maior número de pessoas na fila dos transplantes, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro.

A principal orientação da campanha, com base na legislação atual, é de que a pessoa interessada em ser doador comunique a decisão aos familiares. Hoje, apesar das pessoas declararem em vida que desejam ser doadores, a última palavra é da família.

O Brasil é o segundo maior transplantador de órgãos do mundo e tem o maior programa público de transplante do mundo, com 92% dos procedimentos totalmente financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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