Sarney vai disputar presidência do Senado em plenário

O senador José Sarney (PMDB-AP) disse hoje, por telefone, ao ex-governador Orestes Quércia, que se o acordo entre as duas alas do partido não for fechado ele vai disputar a presidência do Senado em plenário. Essa posição de Sarney foi interpretada por seus aliados como um recado de que a intransigência de Quércia – que está criando obstáculos a alguns itens do acordo discutido entre os dissidentes e a cúpula do partido – poderá resultar no seu próprio isolamento. Ou seja, o grupo ligado ao ex-presidente da República não apoiaria as investidas de Orestes Quércia para realizar uma convenção nacional extraordinária, no dia 16 de fevereiro, o que significaria a oficialização do racha partidário.

Os aliados de Sarney também poderiam esvaziar o encontro da ala dissidente, marcado para o dia 30 de janeiro, em Brasília. Derrotado para o Senado, Quércia teve sua força política reduzida e hoje conta com apenas dois senadores em seu grupo de aliados. O senador José Sarney passou a manhã toda em seu gabinete tentando encontrar uma fórmula para viabilizar o acordo que o levaria como candidato único do PMDB à presidência do Senado. Os itens desse entendimento já foram aceitos pela cúpula do PMDB, mas é justamente na ala dissidente que Sarney encontra as principais dificuldades para consolidar sua candidatura.

Todos os movimentos do senador hoje foram no sentido de evitar uma dissidência dentro da própria dissidência. E por isso ele vai continuar agora à tarde os contatos com integrantes de seu grupo. Ele deixou há pouco seu gabinete. Já na residência do presidente do Senado, Ramez Tebet, está havendo um almoço, com a participação do presidente do PMDB, Michel Temer e dos líderes do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima, e no Senado, Renan Calheiros.

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