Sarney pode ser candidato único à presidência do Senado

O ex-presidente da República e atual senador pelo PMDB do Amapá José Sarney poderá ser o candidato único à presidência do Senado, na hipótese de que o acordo proposto pelo presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), seja aceito pelos grupos em conflito no partido.

A possibilidade de candidatura única foi apresentada por Temer a Sarney, hoje de manhã, numa conversa de duas horas, e a seu adversário na competição, senador Renan Calheiros (AL), durante jantar de dirigentes da liderança do partido, ontem à noite. “Essas conversas foram extremamente úteis”, disse Temer há pouco, acrescentando que ambos os lados concordaram com a tese de pacificação e unificação do partido.

Além da questão do Senado, devem também fazer parte do acordo proposto por Temer a suspensão da convenção nacional do PMDB, convocada para 16 de fevereiro pelo grupo liderado por Sarney e, em contrapartida, a Executiva Nacional do PMDB poderá suspender a intervenção no Diretório Regional do partido em São Paulo, decretada há cerca de um mês.

De acordo com o acordo, Temer deverá continuar na presidência do PMDB para cumprir seu mandato até setembro. “Eu quero ficar na presidência para cumprir o meu mandato e pacificar o partido”, disse ele. “Esta será a grande obra da minha gestão.”

Temer afirmou que está trabalhando intensamente nesse acordo e que há a possibilidade de, talvez já amanhã, contar com o apoio de todas as lideranças do PMDB a ele. “Todos perceberam que, no caminho que estávamos andando, todos sairiam perdendo”, disse ele.

Segundo o deputado, a partir do acordo serão definidas as posições que o partido terá, no Senado e na Câmara. Na Câmara, por exemplo, o atual líder da bancada, deputado Geddel Vieira Lima (BA), deve assumir um dos cargos na Mesa Diretora.

O plano proposto por Temer resolve principalmente as dificuldades que o partido enfrentaria no Senado na hipótese de uma escolha do candidato no curso de uma disputa. Na condição de candidato único apoiado pela bancada de seu partido, Sarney não precisará protagonizar um trauma político na legenda e se eleger com o voto de outros partidos, o que faria dele um presidente do Congresso e do Senado fragilizado.

O PMDB não deixará assim, tampouco, de cumprir o acordo com o PT, pelo qual a bancada do partido na Câmara se compromete a votar no petista João Paulo Cunha (SP) e a do PT no Senado, no candidato que o PMDB apresentar.

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