Santa Catarina libera R$ 2,46 milhões para combater efeitos da seca

O governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (PMDB), anunciou hoje a liberação imediata de R$ 2,46 milhões para combater os efeitos da seca no Estado. "Tendo em vista o não recebimento dos R$ 10 milhões prometidos pelo governo federal para combater a maior estiagem dos últimos 70 anos, tivemos de tomar nossas próprias providências para conseguir esses recursos sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal", afirmou o governador. Do total do dinheiro, R$ 2,03 milhões já estão à disposição dos 194 municípios em estado de emergência por causa da seca. O restante está liberado para aplicação no projeto "Água da Chuva".

Diante de 12 prefeitos do extremo oeste, em São João do Oeste (727 km de Florianópolis), Moreira lamentou a demora do governo federal para cumprir a promessa. "Tentei um contato com a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), para que o governo federal liberasse a verba diretamente para os municípios", disse ele. Com recursos retirados do Fundo Social do governo catarinense, em 30 dias serão liberados mais R$ 2 milhões a serem utilizado no combate à seca.

Em Chapecó (630 km de Florianópolis), a prefeitura está abastecendo 65 famílias de agricultores com carros-pipa para que suas atividades não entrem em colapso total. O drama da agricultura já se estende às áreas urbanas. No município, há uma intensa campanha da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento para que a população não desperdice água, que já começa a faltar em alguns horários nos locais mais altos.

Monte Castelo (402 km de Florianópolis), no planalto norte catarinense, decretou estado de calamidade nesta semana porque falta água para a população e a prefeitura consegue abastecer apenas 20% dos moradores com carro-pipa. Em São Francisco do Sul (190 km de Florianópolis), já está sendo feito racionamento de água, fornecida apenas 12 horas por dia.

Rio Grande do Sul 

No Rio Grande do Sul, uma semana de chuvas mal distribuídas, e torrenciais em algumas regiões, ainda não aliviou a vida dos moradores dos 15 municípios que estão em situação de emergência e dos três que estão sob racionamento de água por estiagem. Na serra, temporais e precipitações superiores a 100 milímetros elevaram hoje o nível do rio das Antas em sete metros, interrompendo a travessia de balsas entre Nova Pádua e Nova Roma do Sul. Em Bagé, na zona sul, a chuva foi fraca e não alterou o nível baixo das três barragens de captação de água. Os 120 mil moradores enfrentam suspensões do abastecimento por seis horas diárias.

O racionamento também prossegue, à noite, em duas cidades do noroeste do Estado. Em Alegria, a expectativa é por mais dois dias de chuva para mudar a situação. Em Trindade do Sul, o prefeito Carlinhos Tonet (PDT) admite que o município precisará de mais tempo e de mais precipitações para voltar ao ritmo normal. Por enquanto, as comunidades atendidas por redes públicas ficam sem água das 23 horas às 6 horas do dia seguinte. As demais são abastecidas com caminhões-pipa enquanto seus poços estiverem secos. "A chuva foi insuficiente", avalia o prefeito.

O capitão Cincinato Fernandes Neto, da Defesa Civil, acredita que alguns dos 15 municípios que estão em situação de emergência serão beneficiados pelas chuvas desta semana. Os números estão melhorando desde maio e caem, mesmo que parcialmente, quando há episódios de chuvas fortes. O Estado já teve, neste ano, 84 municípios em situação de emergência e seis sob racionamento de água.

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