Os passageiros sofreram com atrasos, mas não provocaram tumultos no Aeroporto Salgado Filho, na manhã deste sábado. Os momentos mais tensos ocorreram ao amanhecer, quando centenas de pessoas que haviam passado a noite no saguão ou que haviam chegado cedo para suas viagens enfrentaram filas para conseguir lugar nos quatro vôos que saíram entre às 7 horas e às 8 horas, com aeronaves que já estavam no pátio. Logo depois, as companhias começaram a informar que o cancelamento de seis chegadas provocaria também o cancelamento de seis saídas. Houve nova corrida aos balcões, para remarcação de bilhetes ou pedidos de reembolso.

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O médico cearense Tarcísio Brito, 40 anos, chegou ao aeroporto às 6 horas para embarcar às 8 horas no vôo da Gol para São Paulo onde faria conexão para Fortaleza. Ao se dirigir ao check-in, soube do cancelamento. Foi ao balcão, remarcou a saída para às 13 horas e a conexão para às 16 horas. "Na vinda foi pior", comparou, lembrando das 10 horas que ficou retido em Guarulhos no dia 18 de março, quando viajava de Fortaleza a Porto Alegre. Apesar de demonstrar paciência para enfrentar a situação sentado numa cadeira do saguão, considerou a falta de solução para o problema do tráfego aéreo como um "desrespeito" aos viajantes.

No final da manhã as filas eram pequenas, de menos de dez pessoas, nos balcões das companhias, e semelhantes às de dias normais no check-in. Pelo menos metade das mesas da praça de alimentação, que tem cerca de 500 lugares, estava tomada por passageiros à espera de seus vôos.

Curiosamente, entre atrasos de uma a duas horas previstos para as chegadas e saídas de vôos nacionais, o campeão da demora foi um vôo da Aerolineas Argentinas, que deveria chegar de Buenos Aires às 9h50min e estava adiado para às 13h30min. Conseqüentemente, a saída para a capital argentina estava transferida das 10h20min para às 14 horas.

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