Saída de Leão do Corinthians é questão de tempo e dinheiro

A saída de Emerson Leão do Corinthians é uma questão de acerto na sua multa rescisória. O seu último defensor, o presidente Alberto Dualib, se dobrou diante das evidências. O empate diante do Sertãozinho em 2 a 2 no Pacaembu, sábado, assustou o dirigente, que teme o risco de rebaixamento no Brasileiro se Leão continuar. A demissão pode sair a qualquer momento.

Se ficar, o treinador ainda pode chegar ao vexame maior – levar o Corinthians a uma de suas piores campanha da história em Campeonatos Paulistas. O clube já está em nono, na mesma posição em que terminou no torneio de 1963 – que tinha 16 times, e não 20 como hoje. Há a possibilidade de igualar o time de 1976, que ficou em 11º lugar entre 18 clubes – 12 disputaram a fase final. A equipe apelidada de "Faz me rir" terminou em sétimo lugar em 1961. Menos mal que não há mais tempo para chegar ao 16.º lugar de 2004, quando a equipe só escapou do rebaixamento na última rodada – e graças à ajuda do São Paulo, que venceu o Juventus.

"O que existe em comum entre essas equipes é a ruindade. O time atual é péssimo como os mais fracos formados pelo Corinthians. E o Leão pode ser comparado ao Yustrich, treinador no auge da ditadura. Autoritário igual e sem resultado. Sua campanha é fraquíssima", diz o jornalista e historiador Celso Unzelte, autor do "Almanaque do Timão", livro com todas as estatísticas do clube. "E ainda fez o clube perder Carlitos Tevez, um dos nossos melhores jogadores de todos os tempos. Como técnico ele só prejudicou o clube. Vai ficar marcado para sempre por isso", completa o pesquisador

Vexames históricos à parte, a realidade de Leão não poderia ser pior. O clube estuda a sério sua rescisão. "Não quero analisar a questão específica do Leão. Só posso dizer que quem formou essa equipe foi ele", afirma Renato Duprat, empresário e representante da parceira MSI que assumiu o futebol do clube a mando de Dualib.

As versões que circulam no Parque São Jorge apontam que a multa pode chegar a até R$ 2 milhões, quatro meses de salário do treinador. O advogado Heraldo Panhoca está empenhado tentando, a mando de Duprat, uma maneira de mandar Leão embora pagando apenas o salário de abril. O clima entre os conselheiros do clube é a de uma demissão iminente. Haveria a grande chance de um acordo entre o treinador, que já sentiu que não tem futuro com Duprat, e a diretoria, ávida para se livrar dele.

Um argumento usado por Duprat é o prejuízo financeiro do clube sob Leão. Contra o Sertãozinho, só 2.800 pessoas foram ao Pacaembu, e o clube ainda tinha ainda chances matemáticas de classificação. Há um grande temor entre os cartolas que nas partidas restantes no Paulista, contra o América, no Pacaembu, e o Santo André, no ABC, o clube volte a pagar para jogar – com as arquibancadas às moscas.

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