Safra agrícola tem quebra de 10 milhões de toneladas, diz Conab

A safra agrícola será de 120 milhões de toneladas, com uma quebra de produção de 10,7 milhões de toneladas de grãos, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O excesso de chuvas no Centro-Oeste e a seca no Sul do país frustraram as expectativas de safra recorde, que era de 130,8 milhões de toneladas. A safra será 2,5% inferior à do ano passado, que atingiu 123,1 milhões de toneladas, e 8,2% menor que a estimativa de 130,8 milhões de toneladas do levantamento anterior da Conab, feito em fevereiro.

A soja foi a cultura mais atingida, com 7,4 milhões de toneladas de quebra. A produção total da safra do produto será de 50,1 milhões de toneladas, 3,5% inferior à do ano passado. Além dos problemas climáticos, a produção de soja foi afetada também pela incidência da ferrugem asiática nas principais regiões produtoras. Segundo a Conab, como mais de 80% da safra do produto já foi colhida, não deverá haver alteração na estimativa.

O levantamento indicou também quebra na safra de milho. A safra do produto deverá alcançar 42,6 milhões de toneladas, 10% inferior à de 2003, que ficou em 47,4 milhões de toneladas, e 7,9% abaixo da estimativa de fevereiro (46,3 milhões de toneladas) da Conab. No caso do feijão, haverá quebra na primeira e na segunda safras, estimadas em 1,1 milhão e 1,2 milhão de toneladas. As reduções serão de 116 mil toneladas na primeira safra e de 222 mil toneladas na segunda safra, sobre o levantamento de fevereiro.

De acordo com o presidente da Conab, Luís Carlos Guedes, apesar da quebra na produção, a renda do produtor não deverá ser afetada. ?A renda global, obtida principalmente pela exportação, deverá ser até superior à do ano passado?, afirmou Guedes.

Ele disse que não haverá aumento de preços no mercado interno devido à quantidade de estoques de passagem da safra anterior para a atual, no total de 3,9 milhões de toneladas de soja e cerca de 5,9 milhões de toneladas de milho. No entanto, segundo Guedes, deverá haver perdas pontuais na renda do produtor no extremo oeste de Santa Cantarina, sul do Mato Grosso do Sul e no noroeste do Paraná, regiões mais afetadas pela seca.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, informou que as medidas para atender os produtores prejudicados, princilpamente pela seca no Rio Grande do Sul, deverão ser anunciadas em duas semanas. ?O que predominará serão decisões caso a caso, envolvendo renegociação de dívidas dos produtores e liberação de crédito?, afirmou Wedekin.

A seca favoreceu, no entanto, a produção de arroz no Rio Grande do Sul, que terá safra recorde de 6,2 milhões de toneladas. Com isso, o país vai colher 12,8 milhões de toneladas de arroz, um aumento de 24,1% sobre a safra anterior.

Guedes informou que a produção recorde vai permitir a redução nas importações do produto, que devem alcançar 300 mil toneladas. Há expectativa também de aumento nas exportações de arroz de 20 mil para 100 mil toneladas. Já o algodão terá produção de 1,2 milhão de toneladas de pluma, o que representa um aumento de 46,3% sobre o ano anterior.

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