Proprietários de ônibus que fazem transporte de sacoleiros para compras no Paraguai e os próprios sacoleiros fizeram um protesto hoje, impedindo a passagem de veículos pela praça de pedágio de São Miguel do Iguaçu, nas proximidades de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Eles querem uma flexibilização da Receita Federal na fiscalização. No fim da tarde de hoje, representantes dos manifestantes, da Receita Federal e da Polícia Rodoviária Federal estavam reunidos no Ministério Público Federal para encontrar uma solução.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o bloqueio da BR-277 na praça de pedágio provocou um congestionamento com cerca de 300 ônibus, vários caminhões e aproximadamente cinco mil pessoas. Para fluir o trânsito de veículos menores, a polícia estava orientando para um desvio lateral. Ainda na manhã de hoje, cerca de 200 mototaxistas e sacoleiros tentaram bloquear a Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai, mas o protesto demorou poucas horas, em razão da interferência da Polícia Federal, que também reforçou o policiamento na Receita Federal e na aduana.
Os manifestantes querem que a Receita Federal dê uma trégua de 120 dias em relação a futuras apreensões de ônibus que estejam transportando mercadorias irregulares. E já planejam uma manifestação em Brasília para pedir ao presidente da República a liberação de cerca de 400 ônibus que estariam retidos em postos da Receita Federal.
O superintendente da Receita Federal no Paraná, Luís Bernardi, disse que o ingresso irregular de mercadoria é infração na maioria dos países, inclusive no Brasil. “Nós estamos reprimindo”, afirmou. “O cumprimento da lei é inquestionável.”