O que vale é a classificação, mas se Rogério Ceni fizer um gol hoje, contra o Chivas, deixará a torcida muito mais do que feliz. Ela estará vingada de Jose Luiz Chilavert, o goleiro paraguaio que detém, junto com o são-paulino, o recorde de 62 gols marcados.
Todo são-paulino odeia Chilavert. Ele era o goleiro do Vélez Sarsfield, que, em 1994, conquistou a Copa Libertadores, nos pênaltis, contra o São Paulo, no Morumbi. Foi um dos pilares do time, o homem que impediu o terceiro título seguido do time de Telê. Ceni era reserva de Zetti.
Chilavert não fez apenas isso; disse que Waldir Peres, um dos ídolos da história do São Paulo, foi o pior goleiro que já viu atuar em uma Copa do Mundo, referindo-se a 82. E, mesmo agora, prestes a ser superado por Ceni, Chilavert não pára de falar. Desconsidera os gols do goleiro são-paulino, dizendo que ele nunca marcou pela seleção brasileira.
Rogério não fala sobre o assunto, apesar de cultivar a fama de "vingador". No ano passado, às vésperas do embarque para o Japão onde disputaria o título mundial, disse que "para conquistar o mundo é preciso atravessá-lo", em direta provocação aos corintianos.
Outro figurino que cabe em Ceni é o de infalível. O capitão que resolve os problemas mais graves. Ele falha, como todos, mas não erra nos momentos cruciais. Foi assim em 2004, quando defendeu um pênalti e marcou outro contra o Rosario Central. Repetiu a dose agora contra o Estudiantes de La Plata. Defendeu o quarto pênalti, logo após o erro de Danilo e já havia feito o seu.
Para a torcida, gol de Rogério Ceni é sinônimo a vitória. E isso tem respaldo nas estatísticas. O São Paulo nunca perdeu jogos em que seu goleiro-artilheiro fez gol. São 62, 42 deles no Morumbi.
Um gol de Rogério Ceni o colocaria também como o jogador do clube que mais gols fez em Libertadores. Seria seu 11.º gol, deixando Müller, Pedro Rocha e Palhinha para trás. Um recorde a mais, para quem completa hoje 681 partidas pelo São Paulo.