Rodada Doha está à beira de uma crise, diz Amorim

O Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, concordou hoje que as negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) estão à beira de uma crise. A mesma advertência havia sido feita pela manhã pelo diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, ao abrir a conferência do Comitê de Negociações Comerciais da organização, que reúne os representantes dos 149 países membros. "Algumas vezes precisamos de uma crise para obter as decisões políticas necessárias a um acordo. Esta não será a primeira vez", afirmou Amorim.

O chanceler iniciou sua entrevista à imprensa dizendo que nada de novo havia ocorrido nas reuniões realizadas desde a noite de ontem, apesar do ambiente positivo. Mas mostrou-se encorajado a continuar nas negociações. "Eu tenho dificuldades de ver qualquer avanço nesta etapa. Isso não vai me desencorajar, mas aumenta a missão do diretor-geral e dos líderes nos próximos dias e semanas", afirmou. "O que eu vejo até agora não me leva a pensar que devamos parar com tudo.

Amorim admitiu que os europeus deram sinais de avanço de sua oferta de abertura do mercado agrícola, na direção da proposta do G-20 (formado por países emergentes, liderados por Brasil e Índia), de corte médio de 54%. Mas nada concreto foi apresentado. Dos Estados Unidos, tampouco há gestos concretos. Apenas a indicação de que o interesse dos americanos em saber realmente até onde os europeus podem chegar poderia gerar uma nova oferta sobre subsídios domésticos. "Eu espero que esse movimento apareça", resumiu.

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