Robinho: vamos para cima dos argentinos

A temperatura da final da Copa das Confederações subiu em Frankfurt. O clima esquentou com as declarações dos principais jogadores da Seleção Brasileira, hoje, depois do primeiro treino na cidade realizado no acanhado Estádio Anbrentano Bad, no Parkweg, um majestoso parque municipal. Robinho, Kaká e Ronaldinho disseram que o Brasil vai para cima de peito aberto buscar mais uma taça, sem revanchismo.

Garantiram que a Seleção não tem medo dos argentinos. "Pipocar nós não vamos, vamos é para cima deles", disse Robinho, quando foi questionado sobre a decisão, quarta, em Frankfurt. "Cada jogo é uma história. Aquele de Buenos Aires (3 a 1 para a Argentina) passou, agora é outro e vamos com tudo."

Robinho não esconde seu enorme desejo de triturar o tradicional rival. Tem uma razão especial. "Vou fazer de tudo para ganhar este título. Tenho certeza que vai ser o meu primeiro de muitos que vou conquistar na Seleção." Kaká tem a mesma ambição do craque do Santos, mas não só pelo título. Afinal de contas ele é um pentacampeão do mundo. Quer mesmo é dar o troco de Buenos Aires na mesma moeda que recebeu. Espera apenas que o jogo não se transforme em uma batalha campal – a referência foi a semifinal entre Argentina e México, quando Saviola e Rafa Marques foram expulsos e a violência se alastrou.

"Espero um jogo leal. Se eles baterem, vamos devolver batendo na bola. Se tiver que fazer falta, vamos fazer, mas sem violência. Espero uma partida menos tensa do que foi em Buenos Aires." O melhor do mundo também não baixou o tom. Ronaldinho Gaúcho diz que a hora é do futebol pentacampeão do mundo. "A final contra a Argentina é uma grande oportunidade de o Brasil mostrar que é Brasil. O título está em jogo. Vamos para cima sem revanche. Se vierem para bater, o problema é da arbitragem."

Carlos Alberto Parreira adotou discurso idêntico ao dos astros do seu time. Sem exaltação, bem na sua freqüência, o técnico disse que a Seleção tem de comandar o jogo desde o início. Se for recebida com pancadaria, a ordem é deixar o árbitro resolver.

"O árbitro tem de coibir o que não for do futebol. O Brasil não pode se intimidar, tem de se impor. Não tempos de pensar em jogo desleal. O Brasil tem de pensar em jogar futebol, toda vez que usa a técnica, consegue vencer. Não pode se intimidar com o jogo brusco.

Argentina e México fizeram uma partida de lances violentos, o árbitro não apitou com a intensidade que se esperava." Contra a anunciada pressão dos argentinos, Parreira aposta no trio Robinho, Kaká e Robinho fazendo a diferença. E, evidente, no atacante Adriano que hoje saiu baleado do treino – levou um pisão -, mas deve jogar de acordo com o que garantiu o médico José Luiz Runco.

"O Brasil foi o time que mais chutou ao gol na Copa das Confederações, o que mais chances criou. Isso mostra o nosso poder ofensivo." Canhão ele tem de sobra para arrasar o adversário. Difícil, porém, é contrariar o enorme equilíbrio entre as duas seleções. Dados oficiais divulgados hoje pela Fifa apontam números muito parecidos. Na história da Copa do Mundo, Brasil e Argentina se enfrentaram quatro vezes – duas vitórias brasileiras, uma argentina e um empate; cinco gols a favor da Seleção e três deles.

Nas Eliminatórias, quatro jogos. Duas vitórias para cada lado – oito gols do Brasil e sete deles. Na Copa América, 31 partidas: oito vitórias da Seleção, oito empates e 15 derrotas. Somando as três competições, em 39 jogos, os brasileiros venceram 12 e eles 18. Empates, 9. O Brasil marcou 48 gols e a Argentina, 62.

A diferença despenca quando a Fifa contabiliza os títulos entre Copas do Mundo, das Confederações, Sub-20 e Sub-17: Brasil 13, Argentina 8. Parreira esperar aumentar a coleção quarta-feira. "Seria muito bom ganhar a terceira competição oficial da Fifa nos últimos três anos.

Vencemos o Mundial em 2002, a Copa América em 2004. Falta a Copa das Confederações", disse o técnico. Detalhe: o Brasil disputou a Copa das Confederações em 2003 e caiu fora na primeira fase. Mas não foi por culpa de uma derrota para os argentinos.

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