Risco Brasil despenca com otimismo com EUA

O risco brasileiro e dos países emergentes, expresso pelos índices Embi Plus do banco de investimentos J.P. Morgan, despencam, refletindo o otimismo dos investidores com os números sobre a oferta de trabalho em março nos Estados Unidos divulgados na sexta-feira, quando os mercados estavam fechados.

O relatório do Departamento do Trabalho norte-americano reduziu os temores de que a economia dos EUA possa deslizar ladeira abaixo, na esteira da desaceleração na atividade de setores como o de imóveis e manufatura.

Embora o volume de negócios seja ainda bastante reduzido, por conta do feriado em Londres, os preços dos papéis da dívida dos emergentes mostram equilíbrio, o que projeta o risco em forte baixa. Ou seja, o forte movimento de venda de títulos do Tesouro americano (Treasuries) por conta do payroll (vagas criadas) – que levou a taxa do papel de 10 anos para acima de 4,7% – não provocou pressão de venda na mesma proporção no mercado da dívida, indicando que os investidores não querem se desfazer destes papéis, apesar do melhor rendimento oferecido pelos seguros dos títulos do Tesouro dos EUA.

Títulos

Os primeiros negócios com o Global 40, principal título da dívida externa brasileira, indicam, entretanto, pequeno ajuste de baixa no preço do papel. Na corretora ICAP/Garban, o Global 40 era negociado a 134,80 centavos, queda de 0,22% para 134,80 centavos, às 9h38 (de Brasília).

Mas a variação não contamina o risco Brasil, expresso pelo índice Embi+ do banco norte-americano J.P. Morgan, que despencava 8 pontos às 9h38 (de Brasília) para 156 pontos, tendo chegado à mínima histórica de 154 pontos. A diferença do índice Embi+ que engloba todos os emergentes acompanhados pela instituição financeira cedia também 8 pontos para 156 pontos no mesmo horário.

O risco Brasil é o indicador que mede o grau de desconfiança dos investidores na economia brasileira. O pior resultado (recorde de alta), 2.436 pontos, foi registrado no dia 27 de setembro de 2002, pouco antes da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente.

Para estipular o risco de cada país, analistas do J.P. Morgan calculam quanto um determinado governo deve pagar a mais aos investidores do que o governo dos Estados Unidos, de forma que, do ponto de vista deles, seja mais vantajoso investir no país que deixar o dinheiro nos EUA. Também são levados em consideração indicadores financeiros e políticos de cada país, tais como déficit fiscal, crescimento da economia, solidez das instituições, entre outros.

Voltar ao topo