Reunião do BC americano é destaque da semana

Num momento como o atual, em que analistas do mundo todo tentam decifrar os rumos da economia americana, a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) concentra toda a atenção dos investidores. O encontro, que começa amanhã e termina quarta-feira, deve manter a taxa básica de juros em 5 25% ao ano. "Há grande expectativa em relação ao comunicado que será divulgado após o encontro", disse Silvio Campos Neto, economista-chefe do banco Schahin

Os Estados Unidos estão diante de duas tendências contraditórias. De um lado, a inflação continua em nível superior ao desejado pelo Fed. De outro, a atividade econômica tem emitido sinais de desaquecimento.

Nesse ambiente, não há muita saída, segundo analistas, a não ser esperar para ver. "O que se pode imaginar é que o Fed manterá o ‘viés’ de alta no comunicado, por causa dos números de inflação" afirmou Neto. Embora o Fed não venha adotando oficialmente um viés para a taxa, as entrelinhas dos últimos comunicados têm mostrado que, se houver algum ajuste na taxa, será para cima.

A semana também será agitada do lado dos indicadores americanos, principalmente no setor imobiliário. Hoje, a Associação Nacional dos Construtores de Residências (NAHB, na sigla em inglês) divulga o índice de atividade do segmento relativo a março. Na sexta, a Associação Nacional dos Corretores de Imóveis anuncia o indicador de vendas de imóveis residenciais usados de fevereiro. "O setor de imóveis tem grande potencial para mexer com os mercados", avisa o economista-chefe do banco Schahin.

No Brasil, a agenda da semana é considerada fraca. Os maiores destaques são o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro, na sexta-feira, e o balanço de transações correntes, também previsto para o último dia da semana. "A situação no Brasil é tranqüila, mas o ambiente internacional conturbado faz com que qualquer oscilação também atinja o mercado brasileiro. Continuaremos colados às bolsas americanas", afirmou Campos Neto.

Nesse cenário, a tendência para os principais mercados é indefinida. Só há duas certezas. Em primeiro lugar, as cotações vão variar ao sabor dos resultados de indicadores dos Estados Unidos. Em segundo, a volatilidade continuará dando o tom dos negócios.

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