Os presidentes do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), do PSB, deputado Eduardo Campos (PE), e do PC do B, Renato Rabelo, não conseguiram, depois de mais de três horas de reunião, resolver os impasses para formar uma coligação formal dos três partidos nas eleições presidenciais de outubro em torno da provável candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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O PC do B e o PSB têm problemas para se coligar formalmente, pois precisam eleger um grande número de parlamentares até superar a chamada cláusula de barreira, pela qual os partidos que não elegerem um determinado número (5% do eleitorado nacional) ficarão sem fundo partidário e sem representatividade em instâncias no Legislativo. Além disso, os três partidos enfrentam questões regionais. Em vários Estados, há resistência de uma sigla a abrir mão de candidaturas para apoiar candidatos de outra legenda.

"Há uma discussão, no partido, que não é fácil, sobre a coligação formal ou não", afirmou Eduardo Campos ao término da reunião. Segundo ele, alguns problemas não terão solução, mas, em outros casos é necessário que haja resultados". Por exemplo, Campos é candidato ao governo de Pernambuco, onde o PT também tem seu candidato, o ex-ministro da Saúde Humberto Costa. "Quando os políticos têm prazos, usam todos os prazos. Por que decidir agora? Não cabe a pressa", afirmou o presidente do PSB.

Os presidentes dos três partidos divulgaram as datas das convenções nacionais de suas agremiações: a do PC do B será dia 14 próximo; a do PT, dia 24, e a do PSB, dia 28. Esses partidos vão discutir internamente a elaboração de um documento, que está sendo chamado de "Carta à Nação", em referência à carta divulgada pelo então candidato Lula da Silva em 2002, na qual colocarão a visão de cada legenda para o segundo governo de Lula.

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"Depois, haverá uma força-tarefa para processar um documento que unifique os três partidos", afirmou Eduardo Campos. Ele sustentou que o próximo governo do presidente Lula deve ousar mais, já que no seu primeiro mandato o Brasil ficou fortalecido economicamente. Desta forma, na visão de Eduardo Campos já é possível pensar em um desenvolvimento maior que os 2,5% em média nos anos do primeiro mandato.

O presidente do PC do B, Renato Rabelo, disse, por seu turno, que o documento deste ano deverá sinalizar, para quem produz e quem trabalha, que se pretende um promover um crescimento mais acelerado para o País.

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O documento a ser redigido só deverá ser concluído depois das convenções partidárias. "Não queremos confundir documento dos partidos com documento do candidato", afirmou o presidente do PT Ricardo Berzoini. "Em 2002, foi um documento do candidato".