O governo e a oposição (DEM e PSDB) chegaram aos momentos finais da peleja em torno da prorrogação da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que segundo projeções oficiais rende R$ 40 bilhões por ano.

continua após a publicidade

Na ótica do presidente Lula somente um administrador completamente dissociado da realidade poderia abrir mão desse recurso suplementar, mesmo diante da inexistência de argumentos consistentes para provar que a CPMF segue os princípios que permitiram sua implantação, isto é, providenciar recursos adicionais para eliminar o caos dos serviços públicos de saúde.

Já aprovada na Câmara dos Deputados, a oposição desafia o governo a colocar a medida em votação esta semana no Senado, onde cálculos da base acusam a falta de preciosos votos para fechar os 49 necessários para a aprovação da medida. A oposição sozinha não tem votos para derrotar o governo, mas aposta na adesão dos dissidentes da base, com os quais o governa também conta.

A articulação política do governo não dá folga aos descontentes da base, dentre eles os mais difíceis de dobrar, os peemedebistas Pedro Simon (RS), Jarbas Vasconcelos (PE) e Geraldo Mesquita (AC) e o petebista Mozarildo Cavalcanti (RR), que relutam em votar a favor da CPMF.

continua após a publicidade

Também os senadores César Borges (PR) e Romeu Tuma (PTB), que trocaram a oposição pela base, aumentam as dúvidas do Planalto. O governo resolveu unificar o discurso a favor da prorrogação, e a nota mais forte é que a CPMF imita Robin Hood, que tirava dos ricos para dar aos pobres. Nem Papai Noel acreditou…