O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira (16) que o nível de reservas internacionais do País alcançou o maior volume de sua história, de US$ 74,99 bilhões. "Esse é um valor inédito e é preciso destacar que a dívida externa do governo federal soma hoje cerca de US$ 63 bilhões", disse. O maior volume atingido até então, segundo ele, ocorreu em abril de 1998, quando as reservas alcançaram US$ 74,3 bilhões. "A diferença é que, naquele momento, a dívida externa do governo era de US$ 76 bilhões e, ao final daquele ano, o nível das reservas havia caído substancialmente".

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Questionado sobre o custo de administração que envolve esta forte recomposição de reservas, Mantega lembrou que, além de reduzir os níveis de risco do País, na medida que deixa as contas externas mais confortáveis, o próprio custo de administração também está caindo com o ciclo de desaperto monetário.

Política econômica

Cuidadoso ao falar sobre o tema eleições, Mantega disse que a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva significará "a continuidade da atual política econômica". A única diferença da política econômica em uma nova gestão petista, segundo ele, será a conjuntura, que permitirá um crescimento mais robusto e uma política monetária não tão vigorosa. "Se eu puder sintetizar esta política, ela tem como objetivo central o crescimento robusto da economia como geração de renda e emprego", afirmou.

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O ministro acrescentou que não existe qualquer perspectiva de choques de ordem fiscal, monetária ou cambial. "Não existe esta perspectiva. Não há porque trocar uma política gradualista bem-sucedida por uma de choque".

Questionado sobre o espaço que o Banco Central terá para cortar juros nos próximos anos, Mantega lembrou que os fundamentos econômicos hoje estão mais sólidos, as contas públicas equilibradas e os artificialismos usados na economia no passado mostraram-se inconsistentes.

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Neste sentido, Mantega destacou que é perfeitamente possível que o País cresça a taxas anuais de 5% nos próximos anos, com expansão da taxa de investimentos e sem risco de pressões inflacionárias. Segundo o ministro, o PIB potencial do País já está neste patamar. "Com os investimentos feitos até hoje, podemos crescer 5% ao ano sem gerar inflação", disse. Ele participou hoje da 46ª Assembléia Geral da Federação Mundial de Bolsas "WFE", na sigla em inglês, em São Paulo.