Requião recebe propostas para preservação da Araucária

O governador Roberto Requião, juntamente com o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos Luiz Eduardo Cheida, recebeu nesta terça-feira, no Palácio Iguaçu, um grupo de ambientalistas que apresentaram propostas para garantir a preservação do bioma de araucária no Paraná. “O Governo do Estado tem muita preocupação em relação ao fim da floresta de araucária e de toda a biodiversidade no Paraná. Queremos impedir a erradicação de matas nativas e estamos elaborando uma série de propostas para resolver isso. Vamos tomar todas as medidas possíveis”, afirmou o governador.

O grupo levou estudos relatando a existência de apenas 0,8% de remanescentes de araucária em estágio avançado de generação (crescimento) no Estado. Segundo o levantamento, hoje são 60 mil hectares do bioma de araucária, enquanto há 50 anos eram oito milhões de hectares. O governador manifestou sua preocupação com o avanço da agricultura sobre áreas de mata nativa. Segundo ele, o estado está “jogando pesado” na fiscalização ambiental. “Recentemente, foram investidos recursos na compra de dois aviões moto-planadores, um avião skyline e barcos para fiscalização marítima com capacidade para 22 pessoas. Não será uma ação só. Junto com ações de policiamento e repressão, estudaremos projetos de incentivo para estimular os proprietários que mantenham áreas de florestas preservadas”, disse.

O governador solicitou à Procuradoria Geral do Estado (PGE) que estude alternativas de incentivo ao proprietário que hoje tem floresta com araucária. Propostas – A idéia é que produtores que mantêm áreas de florestas intocadas sejam recompensados pela preservação de forma semelhante ao ICMS ecológico, que é repassado aos municípios que atuam na preservação. Outra proposta apresentada pelos ambientalistas é fazer com que a iniciativa privada “adote” áreas de preservação sendo compensadas através de diferimento de imposto ou crédito presumido. De acordo com o secretário Cheida, a preservação e recuperação da cobertura vegetal do estado é um dos maiores desafios da Secretaria do Meio Ambiente. “Além da araucária, que é a árvore símbolo do Paraná e está desaparecendo rapidamente, estamos preocupados também com a imbuia, com a canela e com todas as espécies ameaçadas no estado.

Esse encontro tem como objetivo otimizar esforços para que estado e sociedade possam atuar em parceria pela preservação das florestas paranaenses “, disse Cheida. O diretor da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental?SPVS, Clóvis Borges, disse que o Paraná está em um momento extremamente crítico com relação à preservação do bioma da floresta com araucária. “O governador Roberto Requião reconhece a necessidade de ações cada vez mais eficazes além da educação ambiental e aumento na fiscalização. Trouxemos exemplos de processos inovadores que podem ser absorvidos pelo governo do estado”, afirmou Clóvis Borges. Já a ambientalista Tereza Urban disse que a motivação dos proprietários hoje é o cumprimento da lei.

“Só temos que lembrar que contra o cumprimento da lei estão todas as pressões do mercado. A economia impõe hoje a abertura de áreas para a soja, reflorestamento e a venda da madeira”, afirmou. Participaram do encontro ainda o secretário da Agricultura e vice-governador, Orlando Pessuti; presidente do IAP, Rasca Rodrigues, e representantes de Organizações Não Governamentais como a Mater Natura, SPVS e Instituto Guardiões da Natureza.

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