Ao abrir a 6ª Assembléia da Confederação Parlamentar das Américas (Copa), nesta segunda-feira (09) em Foz do Iguaçu, o governador Roberto Requião destacou a importância do encontro ?no momento em que o neoliberalismo esvazia parlamentos e cria uma democracia de interesses econômicos?. Segundo ele, ?está ocorrendo uma supressão de parlamentos para que os tratados não sejam mais estabelecidos entre países mas entre grandes empresas?, afirmou.

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O discurso do governador do Paraná foi dirigido para parlamentares de 35 países que estão discutindo a migração e os tratados comerciais entre países americanos. Presidida pela deputada federal brasileira Maria José Maninha, a confederação tem participação importante nas discussões sobre a integração econômica do continente, sobretudo nos debates sobre a Alca.

?Mais importante do que saber se a médio ou a longo prazo estes tratados serão benéficos para economia, é ter a certeza de que eles diminuirão as diferenças entre países e suas classes sociais?, disse a deputada ao destacar a tônica que prevaleceu entre os participantes. Sobre a Alca, Maninha ressaltou ainda que é melhor ?privilegiar o conteúdo do que os prazos para a sua definição?.

Requião lembrou que propôs, quando era senador, vias rápidas para a celebração de tratados com a garantia da participação parlamentar. ?Pensamos em vias rápidas, mas que passassem pelos parlamentos e priorizassem os interesses dos povos?, destacou.

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Argentina

O governador aproveitou a participação dos parlamentares latino-americanos para homenagear o que definiu como atitude corajosa da Argentina. ?As autoridades norte-americanas fazem um elogio ao Brasil como líder. É evidente que é para depreciar a Argentina, que tomou uma atitude corajosa em relação a sua dívida externa?, salientou.

?Acredito que não deveríamos ser como a Argentina porque ela estava contra a parede. Entretanto, faço uma consideração: o que a Argentina paga aos investidores é muito mais do que ganharia se investisse nos Estados Unidos?, completou. Ao analisar as divergências comerciais entre os dois países, destacadas pela mídia, o governador definiu a suposta crise como ?uma divergência que só não interessa ao Brasil e a Argentina?.

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Requião deixou o evento de abertura com um convite para participar do encontro do Movimento Político pela Unidade, que será realizado na cidade argentina de Rosario entre os dias 2 e 3 de junho.

Além da presença de parlamentares latino-amercianos, a abertura da assembléia contou com a presença do vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti; do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, do secretário parlamentar de negócios estrangeiros Katsuyuki Kawai, da embaixadora do México, Cecília Sotto Gonzalez e do presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek.