Requião defende redução de juros para impulsionar a construção civil no Brasil

O governador Roberto Requião defendeu na noite de terça-feira (07) a indústria da construção civil como principal geradora de emprego no país e afirmou que a solução para o déficit habitacional brasileiro passa pela revisão da política econômica adotada pelo Governo Federal. ?Não há solução para a carência habitacional enquanto o país for mantido submisso aos interesses do mercado financeiro?, disse Requião na abertura do fórum ?Habitação Popular ? Eu Faço?.

?A construção civil é a última e verdadeira empresa nacional e o maior motor possível da economia brasileira. Mas esse motor está estrangulado pelas altas taxas de juros definidas pelo Banco Central. A falta de financiamento para a infra-estrutura é o verdadeiro risco-Brasil?, completou.

O ministro das Cidades, Márcio Fortes, participou do evento que reúne, em Curitiba, 1,2 mil pessoas ligadas ao setor, entre integrantes de movimentos pela moradia, mutuários, prefeitos, vereadores, deputados, secretários de Estado e superintendentes da Caixa Econômica Federal. ?Essa é a questão de fundo, que não deve ser perdida de vista nas discussões deste Fórum?, completou Requião.

Dados apresentados por Márcio Fortes na abertura do encontro reforçaram os argumentos de Requião. Segundo o ministro, a construção civil foi responsável por 6,8% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2005. ?O setor movimentou R$ 12 bilhões e gerou 4,2 milhões de empregos diretos?, disse.

Casas no Paraná

Mesmo com a retração do setor, o Paraná conseguiu construir, num investimento de R$ 1,2 bilhão, 60 mil casas nos últimos três anos por meio de parcerias entre a Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná), a Caixa Econômica Federal e os municípios paranaenses.

?Nosso governo tem sua base ideológica na Carta de Puebla, na opção preferencial pelos pobres. É assim que começamos a trabalhar no resgate de uma política habitacional no Estado, com a volta do programa Casa da Família e a criação de programas específicos para o meio rural e para a população indígena?, disse o presidente da Cohapar, Luiz Claudio Romanelli.

O superintendente da Caixa Econômica Federal no Paraná, Jorge Kalache, elogiou a condução da política habitacional do governo estadual. ?A Cohapar conseguiu realizar um dos melhores programas habitacionais do País, e é um modelo para o Brasil?, afirmou.

Orlando Pessuti, vice-governador e secretário da Agricultura, destacou o programa habitacional levada na área rural. ?Sou nascido e criado no campo e nunca me conformei que não houvesse ação do governo em favor da habitação rural?, afirmou. ?Quando assumimos o governo, em 2003, desenvolvemos em parceria com a Cohapar, o Programa Casa da Família Rural, que hoje é uma realidade. Fico feliz de ver que cumprimos o nosso compromisso?, disse Pessuti.

Evento

O fórum ?Habitação Popular ? Eu Faço? é organizado pela Cohapar. ?A proposta é reunir num só evento os agentes públicos e privados e os movimentos sociais que compõem a cadeia produtiva da habitação popular?, disse Romanelli.

A idéia de realizar o evento surgiu da necessidade de promover o debate entre todos os agentes que compõem a cadeia produtiva do setor de habitação popular.

?São muitos os atores que participam desse processo, das entidades populares como o Movimento Nacional de Luta pela Moradia às Cohabs e à Caixa, passando por fornecedores de material de construção e a comunidade acadêmica?, explica Romanelli. ?Uma vez reunidos, esses agentes deverão pensar e propor alternativas para a construção de moradias voltadas à população carente?, completa.

Nesta quarta-feira (8), os 1,2 mil inscritos no Fórum participam de debates e mesas redondas coordenados por Romanelli, pela gerente nacional da Superintendência de habitação da Caixa Econômica Federal, Mara Lucia Soterio de Oliveira, de Saint-Clair Honorato Santos, procurador de Justiça do Ministério Público do Estado do Paraná, e do Coordenador do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Sílvio José Gonçalves.

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