O governador Roberto Requião criticou na manhã desta quarta-feira (29) as liminares que estão mantendo o estado de direito à multinacional Syngenta Seeds Ltda mesmo após a denúncia da Via Campesina de que estavam sendo plantados Organismos Vivos Geneticamente Modificados (OGMs) na fazenda experimental da empresa, localizada dentro dos limites da área de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu, reserva considerada patrimônio da humanidade.

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Em seu discurso no Parque Newton Freire Maia, durante o início do plantio de 10 mil árvores em contribuição ao seqüestro do gás carbônico (CO2) emitido durante a realização dos eventos da ONU, o governador questionou as decisões que ?inibem as manifestações populares e contemplam as infrações feitas pelo mercado do agronegócio. Chegaremos, se não reagirmos, a um ponto que nos será servido uma torta de milho ou de soja porque a biodiversidade desapareceu completamente em função dos negócios?.

Requião informou que apenas 38% da produção agrícola paranaense é oriunda de pequena propriedade familiar, mas que 100% dos alimentos consumidos pela população são viabilizados por essas propriedades. ?O resto é negócio. É produção de ração para alimentar o gado da Europa e dos Estados Unidos. Só a diversidade, a agricultura familiar, o fim da padronização pode resolver o problema da fome no Brasil e no mundo?, declarou.

O governador finalizou seu discurso dizendo que durante a MOP3 e a COP8 o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Via Campesina foram convidados e hóspedes do Governo do Paraná. ?Isso se deve diretamente à contribuição que os movimentos sociais estão dando para a reflexão sobre a estrutura fundiária, as questões do meio ambiente e a continuada marginalização e segregação do nosso povo?, finalizou Requião.

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