Requião cria força-tarefa para combater atividades ilegais no PR

O governador Roberto Requião determinou a criação de uma força-tarefa constituída pelas polícias Civil e Militar, Receita Estadual, Polícia Florestal e Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para investigar crimes ambientais e sonegação fiscal no Sul do Paraná. A formação do grupo foi motivada pela denúncia feita pela promotora de Justiça de União da Vitória, Rosana Maria Longo, durante reunião da Operação Mãos Limpas realizada nesta segunda-feira.

De acordo com a promotora, há cerca de oito anos ocorre a venda de notas fiscais frias, algumas referentes à venda de madeira “fictícia” em toda a região. Em apenas dois casos investigados, a sonegação fiscal supera R$ 1 milhão. “Empresas fantasmas e empresários inescrupulosos se utilizam da falta de estrutura de fiscalização para burlar a legislação e ainda conseguem recuperar impostos”, afirmou Rosana Longo.

A promotora de Justiça contou que são criadas empresas fantasmas, que obtém licenças para corte de madeira reflorestada. Com isso, essas empresas recebem um selo que é comercializado para terceiros. De posse da licença, empresários cortam madeira nativa (araucárias) e vendem como se fosse madeira reflorestada.

Rosana contou que a prática desses crimes é comum na região, que se tornou “terra da impunidade e enriquecimento ilícito”. Segundo a promotora há quadrilhas especializadas para “esquentar” madeira que nunca foi cortada para ter crédito de ICMS. Além do crime ambiental da devastação de mata nativa, há o crime de sonegação fiscal com a emissão de notas fiscais frias. Ela denunciou ainda o envolvimento de gráficas que fazem o talonário dessas notas.

Ação

Requião determinou urgência na criação da força-tarefa que vai agir sob a coordenação do Ministério Público. A intenção do governador é ampliar a investigação para toda a região Sul do Estado, onde existem floresta nativa. O governador determinou toda a estrutura policial necessária à esse processo.

De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, a questão é mais ampla porque implica a preservação da biomassa das araucárias no Paraná. O secretário solicitou ao governador que a região Sul do Estado seja declarada como Área de Preservação Ambiental (APA), para que seja dado um caráter mais permanente à questão ambiental.

Cheida salientou que a implantação da força-tarefa certamente vai ganhar a adesão popular. “A população irá denunciar crimes que o poder público nem imagina que esteja acontecendo”, disse.

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