Renato segue para Sevilha após a Copa América

Lima, 23 (AE) – Quem tem dúvida da importância da Copa América deve procurar Renato. No Peru, o jogador de 25 anos foi ‘redescoberto’ por Parreira como volante de marcação. O ótimo futebol na competição pôs um fim no leilão que envolvia a sua transferência para a Europa. A felicidade é tanta do jogador que pela primeira vez ele falou nesta sexta-feira qual será o seu destino a partir de segunda-feira. “Não volto mais ao Santos. Estava negociando com o Atletico de Madrid, com outros clubes da Alemanha e da Itália. Mas acabei de fechar com o Sevilha. Não queria falar antes de estar tudo acertado. Agora está. Ter esse sucesso na Copa América me ajudou muito”, revela, sorridente, ao Agência Estado.

Carlos Alberto Parreira foi a primeira pessoa a saber da transação no Peru e até como Renato será utilizado no Sevilha. “Como o seu novo time atua com quatro jogadores no meio-de-campo, ele atuará às vezes como primeiro e outras vezes como segundo volante. O Renato pode ficar tranqüilo. Ele já mostrou para mim o seu poder de adaptação à posição que eu quero no meio-de-campo”, elogiou o treinador da Seleção Brasileira.

AE – – Você foi um dos jogadores que melhor aproveitou a Copa América. Por quê?

Renato – Percebi que seria a minha grande oportunidade de me firmar na Seleção. Mostrar que tenho potencial para estar no grupo que disputa as Eliminatórias. Além disso jogar pelo Brasil em qualquer circunstância só faz bem para a carreira do atleta. O respeito e a valorização aumentam demais. Só ganhei por ter vido à Copa América. Em todos os sentidos.

AE – O Parreira disse que viu em você um volante diferenciado. Chegou a dizer que não é de dar pancada como um ‘brucutu’. Analisou entusiasmado a maneira com que você joga de cabeça erguida, desarmando sem violência e não acertando os passes…

Nós conversamos muito sobre como eu poderia render mais à Seleção na Copa América. Toda a minha carreira atuei em outra função da que executo aqui no Brasil. Atuava como segundo volante ou até meia. Só que ele disse que o meu potencial seria melhor explorado à frente dos zagueiros. E ele tinha razão, o resultado está sendo excelente. Ainda tenho aquele ímpeto instintivo de atacar, mas tem dado certo ficar na cobertura dos laterais. Está sendo bom para mim e para o time.

AE – A briga no meio-de-campo será fundamental na decisão da Copa América contra o argentinos?

Não tenho a menor dúvida disso. Eles são muito técnicos. O estilo da Argentina com a bola dominada é idêntico ao nosso. Mistura habilidade, velocidade e vontade de fazer gols. Nós precisamos ter todo o cuidado também com o contragolpe deles. Conversamos sobre isso. Estar prevenido até na hora de atacar. Mas não temos medo deles. Pelo contrário. Sabemos que temos potencial para ganhar. E vamos ser campeões.

AE – Você esperava tanto sucesso desse jovem time?

Sim. A equipe é jovem apenas na idade. Na vivência, não. Atuamos pelos principais clubes do Brasil ou na Europa. E todos querendo muito impressionar o Parreira para ficar de vez no grupo principal que disputa as Eliminatórias. Eu não sou diferente.

AE – Você não tem do que reclamar. Parece que já fechou o seu contrato com a Europa. Nem vai voltar ao Santos?

Não. Fui feliz demais na Vila Belmiro, agradeço a todos de lá. Só que minha vida irá seguir no Seviha. Tive várias negociações com a Itália, Alemanha, falei muito com os dirigentes do Atletico de Madrid, só que optei pelo Sevilha. Está feito. Não tem volta. Assim que acabar a Copa América vou para lá. Não queria falar antes de terminar a competição, mas não tem problema. Tudo já está concretizado. Agora posso falar: não sou mais do Santos.

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