Renan indicará nomes de parlamentares para CPI dos Correios se houver demora

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que não admitirá qualquer medida que tenha como objetivo protelar o início dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que irá investigar denúncias de corrupção dentro das Empresas de Correios e Telégrafos. Renan disse que se os líderes do governo não indicarem os membros da CPMI até a próxima semana, ele fará uma reunião com as lideranças e indicará ele próprio os parlamentares. "Não vou permitir que paciência se confunda com leniência, procrastinação. Há um limite óbvio do bom senso do país", disse Renan Calheiros.

A oposição acusou os governistas de estarem protelando a instalação da CPMI ao vincularem a indicação dos parlamentares da base aliada que irão compor a CPI a uma decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a constitucionalidade do requerimento que a criou. "Isso é chantagem, é manobra, pura jogada política. Se o recurso (do deputado João Leão) não tem efeito suspensivo não há premência da análise pela Comissão de Constituição e Justiça", afirmou o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).

As declarações do pefelista baiano foram rebatidas pelo deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP). "Toda discussão política é acirrada na Câmara, mais ainda quando se aproximam as eleições. O que é importante é que na Comissão de Constituição e Justiça vamos discutir a constitucionalidade do requerimento que, a meu ver, tem falhas claras na medida em que não apresenta o objeto da investigação", rebateu o petista.

Renan afirmou que está sendo bastante paciente com o fato do governo querer primeiro saber a constitucionalidade da CPI. "Ao que parece, o governo quer responder primeiro se a CPI é constitucional, se tem fato determinado. Claro que isso aumenta um pouco a paciência, mas a paciência tem limite."

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