Renan diz que não aceitará pressões do governo para controlar CPI

O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (27)
que não aceitará as pressões do governo federal, no sentido de controlar a
presidência e a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos
Correios, e vai cumprir o regimento da Casa. "O que guia o Congresso Nacional é
a ocupação dos espaços políticos, inclusive das CPIs, com a proporcionalidade
partidária", explicou.

Calheiros entende que uma CPI é uma oportunidade
para dar respostas às "perguntas que o País faz com relação às denúncias de
corrupção, mas o governo precisa demonstrar que não é a única". Ele preferiu não
comentar as manobras do Planalto para a retirada de assinaturas que pedia a
criação da CPI dos Correios, assinalando que "a retirada e inclusão de
assinaturas é uma coisa democrática, regimental, sempre aconteceu, o que
gostaria de repetir é o que a sociedade quer do Congresso: colaboração,
sobretudo nas respostas sobre as denúncias de corrupção".

O senador disse
que manterá total independência e a isenção que o cargo de presidente do
Congresso impõe para conduzir o conflito de interesses que gira em torno da CPI.
Ele avisou que dará um prazo "óbvio, de bom senso", para os líderes partidários
indicarem os integrantes da comissão, mas se isso não ocorrer (por exemplo, em
uma semana) "vou indicá-los", assinalou, assumindo uma postura oposta à do
ex-presidente do Congresso José Sarney (PMDB-AP), que não indicou os integrantes
da CPI dos Bingos (que investigaria a atuação do ex-assessor Waldomiro Diniz)
diante da recusa dos partidos da base do governo federal. Calheiros participou,
em Costa do Sauípe, da IX Conferência Nacional dos Legislativos Estaduais.

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