Relatório da Anistia Internacional denuncia violência policial no Brasil

São Paulo ? "Sucessivos governos traíram a população socialmente excluída do Brasil. Ao fracassar constantemente em tratar dos profundos problemas da área de segurança pública e proteger os direitos fundamentais da população, eles condenaram milhões de pessoas a décadas de violência. Os policiais que violaram os direitos humanos geralmente cometeram seus crimes com impunidade. Eles conseguiram também prejudicar o trabalho daqueles policiais que procuraram obedecer a lei e proteger a segurança e os direitos humanos de todos os cidadãos".

Esse é o trecho inicial da conclusão do relatório Eles Entram Atirando – Policiamento de Comunidades Socialmente Excluídas no Brasil, lançado hoje (2) pela Anistia Internacional. O relatório denuncia as violações dos direitos humanos cometidas pelas polícias e faz recomendações para combatê-las.

O documento traz casos relatados aos observadores da Anistia Internacional por parentes de vítimas executadas por policiais nas periferias e favelas de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o pesquisador Tim Cahill, da própria organização mundial de defesa dos direitos humanos, o que se tem observado nos últimos anos é a discriminação específica contra as comunidades mais carentes e o aumento da exclusão social por falta de um conceito de segurança pública amplo. "Esse conceito deve trabalhar todos os elementos da presença do estado nessas comunidades para reduzir efetivamente a violência e os homicídios", afirmou.

O texto foi entregue ao governo federal, aos governos de todos os estados brasileiros e aos países onde a Anistia Internacional desenvolve projetos, além de já ter sido traduzido para o francês, o espanhol e o inglês.

Durante um ano, a organização fará uma campanha de acompanhamento da implementação das políticas de segurança pública que recomenda. Estas se dividem em três objetivos gerais: um plano nacional de governo para prevenir e reduzir a violência criminal, a implementação de políticas de segurança públicas baseadas nos direitos humanos; e a redução do número de mortes praticadas pela polícia.

A campanha também inclui a divulgação mundial do relatório, dentro da proposta de criação de um tratado internacional para o controle da venda de armas.

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