Redução de produtos agrícolas ajuda na deflação do IGP-M

A redução no preço de produtos agrícolas foi o principal destaque na primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), divulgado hoje (10) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador teve uma deflação de -0,09%, no período entre 21 e 28 de fevereiro, ante 0,03% no mesmo período de apuração no mês anterior. No acumulado do ano, o IGP-M está em 0,84% e num período de 12 meses, acumula alta de 0 51%.

A queda, que foi generalizada tanto no atacado quanto no varejo, surpreendeu o mercado financeiro que estimava algo entre 0,02% a 0,07%, com mediana de 0,04%. O Índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% da composição do indicador, variou -0 16%, ante -0,06%, em igual período de fevereiro. O IPA agrícola ficou em -1,28% ante -1,13% na primeira prévia de fevereiro e o IPA industrial em 0,28% ante 0,20% em igual período no mês anterior.

Segundo o economista da FGV, Salomão Quadros, apesar de a indústria ter apresentado desaceleração, a pressão maior veio dos produtos agrícolas que tem 24,5% de peso na formação do IPA.

Entre os produtos que registraram os menores preços estão o café que saiu de uma alta de 9,25% para uma queda de -5,85%; e a soja, que passou de -1,60% para -4,08%. "São produtos que tem forte peso e impactam diretamente no indicador", comentou.

No varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou desaceleração de 0,12 ponto percentual na primeira prévia de março, tendo sua taxa passando de 0,13% para 0,01%. No ano, o indicador acumula elevações de 0,82% e de 3,78% em 12 meses, segundo a FGV.

Para Quadros, a expectativa é de que este indicador tenha uma aceleração nas próximas apurações em decorrência do aumento do preço da gasolina ocorrido com queda da mistura de álcool desde o dia 1º de março e que ainda não foi captado.

Dos sete grupos que compõem o IPC, cinco registraram desacelerações de preços no período: Educação, Leitura e Recreação (1,06% para 0,20%), Transportes (1,22% para 0,58%), Despesas Diversas (0,38% para -0,22%), Vestuário, (de -0,64% para -2,50%) e Habitação, (de 0,25% para -0,03%).

Somente tiveram alta os grupos de Saúde e Cuidados Pessoais (0 39% para 0,53%) e o de Alimentação (-0,83% para -0,01%).

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