Tornados como o que arrasou parte de Indaiatuba (SP) na terça-feira passada podem se repetir diversas vezes neste ano por causa da grande irregularidade térmica da atmosfera prevista para os próximos meses. O aviso está em boletim especial da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo (RS) desta segunda-feira.

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O meteorologista Eugênio Hackbart, responsável técnico pela informação, explica que a circulação intensa e irregular de ar úmido da Amazônia em direção ao Mato Grosso do Sul, São Paulo e Estados do Sul esperada para este inverno vai favorecer a ocorrência do fenômeno sempre que essas massas tropicais encontrarem frentes frias vindas do Pólo Sul.

Os tornados se formam do choque do ar úmido e quente com o ar seco e frio que dá origem a uma espiral de vento com velocidade capaze de arrancar telhas e galhos de árvores. Em casos extremos, com velocidade acima de 420 quilômetros por hora pode levantar a arremessar casas e carros a centenas de metros de distância.

Hackbart observa que se repetem em 2005 as condições meteorológicas de 1943 e 1977, quando, após período de longa estiagem, os estados do Sul do Brasil, enfrentaram ventanias devastadoras. A diferença é que à época a observação não contava com os equipamentos e nem das informações disponíveis atualmente.

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"Não se pode dizer que os tornados são raros no Brasil", ressalta Hackbart. Somente no Rio Grande do Sul há dois registros recentes de tornados devastadores. O mais intenso deles ocorreu em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre em outubro de 2000, quando o vento aproximou-se de 300 quilômetros por hora e destruiu a área rural de Águas Claras. Em julho de 2003, outro tornado rasgou uma zona urbana de São Francisco de Paula, deixando dezenas de casas completamente destruídas.