Quem inventou o mundo?

Um leitor de O Estadinho, o nosso suplemento semanal, voltado para as crianças, fez uma pergunta ao “Ram”, um dos personagens das nossas historinhas, das mais interessantes e intrigantes: “Quem inventou o mundo?”. E pedia nas suas mal traçadas linhas uma explicação muito objetiva: “gostaria que me esclaressessem uma duvida”. No seu “esclarecessem”, com quatro “esses” ela dá uma demonstração clara que estudando ainda na “1ª cerie” não estaria preparada para a grafia correta das palavras.

Ao ler, em voz alta, a pergunta da nossa Carolina, lá de Maringá, aqui na redação, muita gente achou graça e houve até uma colocação mais ácida de alguém que observou: “Também!… Os pais levam as crianças a passeata gay e não à Igreja…”. Fiquei imaginando a colocação e me atrevo a observar que todos temos esquecido um pouco de Deus, nosso grande criador e Senhor. A criatura que esquece do seu “inventor”, por certo não pode estar vivendo num mundo feliz.

E a inocência de Carolina, nos seus 7 anos de idade, com certeza precisa ser amparada para uma boa formação, por gente que se preocupe com o seu desenvolvimento físico e principalmente espiritual.

Não precisamos escravizar nossos filhos com ritos e práticas sistemáticas e muitas vezes cansativas. Mas precisamos isso sim, ensiná-los o melhor caminho a seguir. Abrir as portas certas, ampará-los como alguém que segura o bagageiro da bicicleta quando queremos que elas se equilibrem e saiam pedalando sobre duas rodas.

Ir à Igreja, ter uma religião apenas para se desincumbir de uma tarefa semanal, é uma coisa extremamente artificial, sem finalidade. Talvez é por isso que muitos hoje em dia digam abertamente que religião é coisa brega. E pode ser daí que muitos modernismos religiosos estejam sendo adaptados para atender a “não breguisse” de “clientes” da Igreja.

Deus não é comércio, religião não é a mercadoria de Deus e pessoas não são máquinas a serviço de falsos profetas. Quem vai à Igreja não deve acreditar no pregador, mas na palavra de Deus que ele transmite. E se ele não for um bom e preparado intérprete, pode estar nos ensinando o caminho errado. Isso é um grande perigo.

Não gosto dos mágicos religiosos que estão surgindo por aí. Eles, por certo, não nos ensinam exatamente quem inventou o mundo, como quer saber a nossa leitora Carolina, com seus 7 anos de idade. Eles estão mais preocupados em agitar as suas varinhas de condão para encher os bolsos com o dízimo sofrido daqueles que tentam comprar a salvação a qualquer preço. Melhor ensinar Carolina apenas com o que foi escrito pelos “bregas” editores da Bíblia, para que ela, na sua idade certa e razão de viver, compreenda que o inventor de tudo isto aqui, certamente não queria o destino ao qual o mundo está sendo levado.

Olha Carolina, e agora é prá você: Quem inventou o mundo foi um cara cheio de boas intenções, sem malícia como você. E que certamente está sofrendo muito por saber que nunca chegou a ser bem entendido pelo que fez, mesmo depois de ter se sacrificado com a própria carne para ver o mundo melhor. Quem inventou o mundo, Carolina, foi Deus. É um cara que você deve procurar conhecer muito bem, pois ele ama todos nós. Pena que não seja bem conhecido e amado como merece por todos nós.

Osni Gomes

(osni@pron.com.br) é jornalista, editor em O Estado e escreve aos domingos neste espaço.

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