Quem caiu do cavalo foi o próprio governo, diz diretor do Ciesp

O diretor de Relações Institucionais do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), João Carlos Basílio da Silva, contradisse há pouco o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao declarar que "quem caiu do cavalo" foi o próprio governo e não seus opositores, como afirmou ontem o presidente da República, ao participar da abertura da Expo Abras 2005, em São Paulo. "Quem caiu do cavalo é quem estava dentro do governo, aqueles que o presidente da República demitiu, pôs para fora", disse o diretor.

Basílio, que participa neste momento de ato contra a corrupção nas ruas do centro da capital paulista, acrescentou que "os opositores de Lula estão dentro do governo e dentro do Partido dos Trabalhadores". "Não tem ninguém que aposta contra o governo e a política econômica, a não ser aqueles que estavam dentro do próprio governo. Nós, empresários, apoiamos tanto a condução da economia que o País cresceu e se fortaleceu, além de termos uma inflação sob controle e uma situação bastante positiva na economia , até o final do ano, apesar de toda a crise política", opinou.

Para reforçar sua análise de que a economia não será contaminada pela crise política, o líder empresarial observou que "já temos 115 dias de crise política e não vemos, até agora, problemas e nem sinais críticos na economia". Ele afirmou que o Ciesp part icipa do ato contra a corrupção por entender que, assim como toda a sociedade civil, os representantes da indústria querem a apuração das denúncias de corrupção e também punição aos comprovadamente culpados.

Para Basílio, as denúncias que atingem neste momento o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), de ter cobrado propina de um empresário em 2003, são "mais uma conseqüência de tudo o que ocorre no País neste momento".

"Quem semeia ventos, colhe tempestade. A gente não podia esperar outra coisa de um representante, como o presidente da Câmara, a não ser isso. É lamentável que a Câmara dos Deputados seja representada por um deputado tão fraco e inexpressivo. E as conseqüências são essas", analisou o diretor do Ciesp. "Quem plantou tudo isso? Foi o próprio governo que lançou três candidatos à presidência da Câmara", complementou, referindo-se, na visão dele, às candidaturas de Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), Virgílio Guimarães (PT-MG) e do próprio Severino Cavalcanti, os três que concorreram à presidência da Casa pela base aliada do governo no início do ano.

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