De uma vez só, quatro espetáculos teatrais do Rio de Janeiro ocuparão, literalmente, o Auditório Glauce Flores de Sá (miniauditório do Teatro Guaíra) entre os dias 28 e 30 de março.
Proposta diferenciada dentro da programação da mostra Fringe, os espetáculos “Piquenique no Front”, “As Mulheres da Rua 23”, “Acabou o Pó” e “O Pastor” fazem a ocupação do espaço com apresentações às 14h, 17h, 19h e 22h, respectivamente.
A ideia surgiu de um coletivo formado pela Cineteatro Produções (RJ) em parceria com a Pequena Mari Produções, de Curitiba, que se uniram para fortalecer a proposta de selecionar quatro peças e apresentá-las uma atrás da outra, no mesmo teatro.
“Nós resolvemos fazer essa ocupação para termos um respaldo maior e chamarmos mais atenção para as nossas produções, já que não entramos na mostra principal”, afirma a atriz e produtora Mariana Martins.
São aproximadamente 400 espetáculos independentes e experimentais que integram a Fringe. Segundo ela, o projeto foi uma estratégia que gerou muito trabalho e dedicação, mas que facilita a logística das montagens.
As quatro peças escolhidas já são consagradas entre público e crítica no Rio de Janeiro há pelo menos seis anos. Elas mesclam diferentes linguagens e textos e transitam pelos gêneros clássico, nonsense, comédia, teatro documental e reflexões contemporâneas.
Para os atores Leo Campos e Alexandre Lino, que têm o desafio de encenar três peças seguidas, a diversidade de gêneros, de experimentações e de estruturas dos roteiros ajuda na hora de atuar.
“Não existe um botão de ligar ou desligar os personagens. Quando fazemos um trabalho, ensaiamos dois, três meses, até que se absorve o papel completamente. Basta entrar no cenário para a possibilidade de misturar os textos não acontecer”, diz Leo Campos.
Já Alexandre Lino acredita muito na cumplicidade com o público. “Acho que a obra de arte no geral só se completa na apresentação ao público, na integração com o espectador. O teatro é uma experiência de trocas e transformações constantes”, afirma.
A ocupação começará no dia 28 de março, quando o Mini Guaíra abre as cortinas para a peça “Piquenique no Front”, escrito por Fernando Arrabal, sob a tradução e direção da veterana Jacqueline Laurence. Depois será a vez da comédia “As Mulheres da Rua 23” subir ao palco do teatro contando as peripécias das já conhecidas personagens Jovelina e Catharina.
O premiado espetáculo já esteve em outras duas edições da mostra Fringe. Ao longo de sua trajetória, o espetáculo recebeu 15 prêmios nos maiores festivais de teatro do país.
Seguindo o gênero comédia, “Acabou o Pó” promete conta o cotidiano de Nena e Kelly que sem caracterizações esbanjam o humor carioca. O encerramento do repertório fica a cargo do espetáculo “O Pastor”, texto de estreia do jovem dramaturgo Daniel Porto.