Quase a metade dos moradores de Curitiba nasceu em outras cidades

Desta forma tem-se que, em 2000, dos 1.587.315 habitantes de Curitiba, 830.517 eram naturais do município, representando 52,3% do total, os demais 756.799 habitantes, 47,7%, nasceram em outros municípios, ou seja, não são naturais de Curitiba. Os dados foram pesquisados e analisados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

Também no Censo de 2000 foi perguntado à população de Curitiba com idade acima de 5 anos, onde residia em 1.995. Aqueles que responderam residir em outro município que não Curitiba são os imigrantes de data fixa. Do total da população de Curitiba com idade acima de 5 anos, naquele ano, 1.458.929 habitantes, 10,8%, responderam que estavam morando em outro município ou País 5 anos antes (157.820 pessoas).

A pesquisadora do Ipardes, Marisa Magalhães, comentou que Curitiba é um pólo de intensa migração e acredita que este fluxo migratório seja semelhante em outras capitais da região Sul e Sudeste. Ela ressalta que, embora os números indiquem que quase metade da população nascida na capital não vive mais nela, é preciso considerar que muitas dessas pessoas residem em municípios próximos, na própria Região Metropolitana de Curitiba.

?Este é um processo que vem ocorrendo nas últimas décadas. Inúmeros curitibanos, assim como não curitibanos, que moravam na capital passaram a residir em municípios da RMC. Alguns dos fatores que motivaram esta decisão seriam a proximidade do trabalho, com a instalação de novas indústrias, a preferência por morar num lugar mais calmo ou mesmo o valor dos terrenos, que são mais baratos que os da capital?, citou Marisa.

Entre os censos de 1991 e 2000, a taxa média anual de crescimento da população de Curitiba foi de 2,13%. Esta taxa é bem maior nos municípios em torno da cidade, como Fazenda Rio Grande (10,91%), Campo Magro (5,99%), Quatro Barras (5,52%), São José dos Pinhais (5,43%), Colombo (5,09%), Pinhais (3,55%), Campo Largo (2,8%).

O presidente do Ipardes, José Moraes Neto, comentou que na década de 70, dois terços da população que morava em Curitiba não eram nascidos na cidade. Para Moraes, a taxa de crescimento da população nos municípios do entorno de Curitiba é mais elevada que a taxa de crescimento da capital, o que é normal à medida que estes municípios vão se consolidando como pertencentes a regiões metropolitanas. Os dados censitários de 2000 comprovam que a sociedade curitibana ainda está passando intensamente pelo processo de mudanças ocasionadas pela migração.

?Sem dúvida, cada parcela da população que passa a residir em Curitiba, proveniente de outras localidades, traz consigo uma bagagem cultural e modos de vida que interferem no cotidiano da cidade, impulsionando novos e diferentes empreendimentos econômicos, sociais, culturais, religiosos entre outros?, observou Moraes.

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