PT veta presença de líder do MLST no palanque de Lula

No primeiro comício pela reeleição do presidente Lula, marcado para amanhã no bairro Brasília Teimosa, o PT vetou a presença, no palanque, do líder do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), Bruno Maranhão, que comandou a invasão da Câmara no dia 6 de junho. A decisão tornou-se pública ontem, quando Maranhão desembarcou no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife depois de passar 38 dias preso em Brasília

À espera do líder do MLST estavam alguns amigos, familiares e o ex-presidente da Infraero, deputado Carlos Wilson (PT). "Bruno é meu amigo de 30 anos e não é porque ele enfrenta dificuldades que vou negar minha amizade", disse Wilson

A mãe de Maranhão, Gisela, 87 anos, foi até o aeroporto em cadeira de rodas. Ao saber que seu nome foi cortado da lista do palanque, ele pareceu conformado e garantiu que não será empecilho para o principal objetivo do momento, que é reeleger o presidente. "Tenho pique e sei agitar politicamente, mas preciso saber se vou ajudar ou não", comentou. "Se minha presença pode prejudicar, não irei lá, sem nenhuma mágoa", avisou, acrescentando: "A direita jamais me utilizará para avançar contra os companheiros.

Bruno destacou que o ex-ministro da Saúde e candidato ao governo de Pernambuco, Humberto Costa (PT), é seu "companheirão" e seu candidato. "Juntos fundamos o PT, ele conhece minha ética e capacidade política", disse. E, no esforço estratégico da campanha do presidente Lula de unir os aliados, ele elogiou Eduardo Campos (PSB), que também disputa o governo estadual. E teve o cuidado de não atacar os candidatos "de esquerda" que participam da disputa presidencial no primeiro turno (Heloísa Helena, do PSOL, e Cristovam Buarque, do PDT) – pois, no segundo turno, poderão estar juntos. Já o tucano Geraldo Alckmin é, para ele, "representante do que há de atraso no País" e "responsável pela maior crise do sistema penitenciário e pela bandidagem em São Paulo"

Ao lado da mulher, Suzana, feliz pelo aniversário da filha, Alexandra, e divertindo-se com a neta, que batia palmas e ria o tempo todo, Maranhão afirmou que continua sendo dirigente do PT e que vai "desmontar a farsa criada pelos golpistas da direita" para incriminá-lo pelo ato de vandalismo no Congresso. "Não estou isolado no meu partido, não estou isolado na sociedade", garantiu

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