O PT vai entrar com recurso na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para tentar barrar a prorrogação dos trabalhos da CMPI dos Correios. O deputado Gilmar Machado (PT-MG) apresentou uma questão de ordem, na sessão do Congresso em que foi lido o parecer prorrogando os trabalhos da CPI, questionando a validade da prorrogação. Machado argumenta que não há previsão no regimento para essa prorrogação, o que foi contestado até mesmo pelo líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN). "Essa questão de ordem, estou sabendo dela agora. Não estou nem ouvindo. É uma idiotice", disse Bezerra, enquanto Machado apresentava a sua argumentação. Bezerra demonstrou irritação, porque temia que essa questão de ordem pudesse alterar um acordo feito entre os líderes do governo e da oposição para votar os créditos suplementares na pauta da sessão do Congresso.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, leu na sessão de hoje o requerimento prorrogando até o dia 11 de abril de 2006 os trabalhos da CPI dos Correios. No momento da leitura havia 218 assinaturas de deputados e 32 de senadores. O número regimental é de no mínimo 171 deputados e 27 senadores.O entendimento da Mesa do Senado é que existe o prazo até a meia-noite de hoje, quando o requerimento seguirá para publicação, para a inclusão ou retirada de assinaturas.
O deputado Onix Lorenzoni (PFL-RS) afirmou que a oposição tem guardado algumas assinaturas para o caso de o governo conseguir a retirada de apoios. O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia, criticou a prorrogação. "O prazer pela prorrogação não é o da investigação, mas fazer um factóide político", afirmou Chinaglia. Na sessão do Congresso Nacional foi aprovado o recurso suplementar de R$ 1,125 bilhão para o pagamento do abono dos militares.