Brasília ? O PT não vai interferir na definição da agenda de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República durante o período de campanha, afirma o ordenador-geral da campanha de Lula, Ricardo Berzoini. "Isso (a agenda) é um assunto de governo, quem deve cuidar é a agenda do presidente da República e o partido não fará nenhuma interferência em relação a essa questão", disse ele, hoje (7), em entrevista à Agência Brasil.
Segundo Berzoini, as atividades de Lula como candidato se darão apenas à noite, fora do horário de trabalho, ou durante os fins de semana. A legislação proíbe que um candidato à reeleição, mesmo que no exercício normal do cargo, compareça a "inaugurações" durante o período de campanha. Mas, Lula deverá continuar visitando os locais onde há obras, para fazer "vistorias".
"O presidente vistoriar uma obra, comparecer a um local onde haja uma atividade de governo ? seja um investimento, uma modernização ? não há qualquer restrição", diz Berzoini.
"A minha função é cuidar da agenda do candidato, da sua programação política enquanto candidato. Enquanto presidente, quem responde é o gabinete do presidente do Palácio do Planalto", completou Berzoini.
O coordenador da campanha petista afirmou que, ao utilizar o transporte oficial para viagens de campanha, Lula adotará o mesmo procedimento do então presidente Fernando Henrique Cardoso, em sua campanha de reeleição em 1998.
A lei eleitoral permite que o presidente da República utilize transporte oficial para deslocamento de campanha, desde que as despesas sejam ressarcidas pelo partido, com base na tarifa de mercado cobrada no trecho correspondente. "A Presidência da República deve nos informar qual é o custo de cada deslocamento e a campanha fará o imediato ressarcimento."
De acordo com Berzoini, o ressarcimento será feito periodicamente. "Há uma periodicidade que deve ser cumprida pela campanha para evitar acumular muitas despesas para o final da campanha e eventualmente ter dificuldade de haver o cumprimento desses pagamentos", explicou.
Berzoini ressaltou ainda que Lula poderá ser acompanhado por seus seguranças e assessores durante atividades de campanha. "O que é fundamental é que esses cargos acompanham na condição de assessoria técnica e não de qualquer tipo de comitiva política. Se houver necessidade de assessoria política, imagino que exista, a campanha vai disponibilizar ao presidente para que ele possa ser bem assessorado durante os eventos de campanha."
Os candidatos à reeleição estão sujeitos a uma série de restrições. Clique aqui para conhecer as principais.