PT deverá votar por um salário de R$ 16 mil, diz líder do partido na Câmara

Brasília – O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), disse que partido defende um reajuste menor para os parlamentares do que aquele decidido . Segundo ele, a bancada do Partido dos Trabalhadores deverá apoiar em plenário um projeto que reajusta o salário de acordo com a correção da inflação, que daria ao algo em torno de R$ 16 mil – e não R$ 24.500, como tinha sido o acordo entre os líderes.

Ele foi um dos três parlamentares que votaram contra o aumento na reunião de líderes que decidiu pelo aumento. Os outros foram a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), em fim de mandato, e o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). A senadora petista Ideli Salvati (SC) afirmou que ficaria com a maioria, qualquer que fosse a decisão – e aprovou o aumento.

Fontana disse que era esperada a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinando que o aumento deva ser apreciado pelo plenário de deputados e senadores. ?Não se pode imaginar que um reajuste de 90% [na realidade, 90,7%] pudesse ser concedido sem consultar o plenário?, disse. A decisão do reajuste partiu de uma decisão das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado com líderes partidários.

De acordo com Fontana, o projeto do PT trata de reposição dentro dos índices da inflação e recupera uma situação de credibilidade do parlamento. ?Porque o mais grave disso é a dissociação que começa a se dar entre aqueles que estão aqui para representar o povo brasileiro e aquilo que efetivamente pensa o povo brasileiro?, disse.

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) comemorou a decisão do STF e voltou a defender a votação aberta em plenário. ?Quem quiser dobrar o salário estará afrontando o povo e terá que botar a cara na votação", ressaltou. Ele foi um dos deputados que assinou o pedido de veto ao STF, ao lado dos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), Carlos Sampaio (PSDB-RJ) e Luiza Erundina (PSB-SP).

Gabeira defendeu um reajuste de acordo com a inflação e redução de gastos com o custo de um parlamentar, que hoje recebe verbas como auxílio-gabinete, verba para combustível e correios, totalizando até R$ 114 mil por gabinete. Para ele, foi acertada a decisão do STF.

"Acho que avançamos. Não conseguimos o Congresso que queremos. Mas conseguimos democracia e provar que o Brasil existe. Ainda que esteja cegado pela vontade de ganhar dinheiro, não se pode negar a vontade de um país", considerou.

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