O Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae decidiu nesta quinta-feira deixar para o próximo dia 13 a eleição da nova diretoria executiva do órgão. Com isso, haverá mais tempo para que a escolha dos novos dirigentes – dois diretores e um presidente – seja discutida com representantes do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Na reunião de hoje, o Conselho Deliberativo decidiu eleger apenas seu novo presidente, o deputado Armando Monteiro Neto (PMDB-PE), que também preside a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Embora legalmente dependa apenas dos 13 integrantes do Conselho – cinco representantes do governo e oito indicados por entidades empresariais – a eleição da diretoria executiva do Sebrae transformou-se numa questão política, dado o interesse do PT e dos partidos aliados de influir na escolha, já que os novos diretores terão mandatos pelos próximos dois anos.
O Sebrae dispõe de um orçamento de R$ 1,5 bilhão anuais para conduzir programas de apoio a micro e pequenos empresários e projetos que beneficiam populações de regiões menos desenvolvidas. Esse dinheiro será importante para ajudar Lula a cumprir sua promessa de criar 10 milhões de empregos. “O Sebrae terá papel crescentemente importante nos próximos anos”, disse Armando Monteiro, ao assumir a presidência do Conselho.
Os petistas haviam estabelecido um acordo informal com o ex-presidente do Conselho Deliberativo, deputado Moreira Ferreira (PFL-SP), para que a eleição fosse feita apenas no dia 16. Na quarta-feira, contudo, circulou a informação de que a escolha dos novos dirigentes poderia ser antecipada para hoje.
Surpreendida, a direção nacional do PT acionou um esquema de emergência para fazer valer o acordo anterior. Pelo estatuto do Sebrae, a escolha dos novos dirigentes deve ser feita no máximo 15 dias antes da posse, marcada para 1º de janeiro. A saída encontrada foi marcar a eleição para o dia 13.