PSB destinou R$ 15 milhões em emendas à inclusão digital

O PSB, partido do ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, dedicou R$ 15,4 milhões de suas emendas individuais em 2005 e 2006 ao programa de inclusão digital. O programa prevê a compra de ônibus equipados com computadores para acesso de pessoas de baixa renda. Nos últimos dois anos, os microônibus digitais eram a grande aposta de novo negócio da Máfia dos Sanguessugas, que já estava considerando esgotado o espaço para venda de ambulâncias a prefeituras.

Ao todo, 16 dos 30 deputados do PSB apresentaram emendas para compra de ônibus digitais. Eles não são os únicos: no total, as emendas desse tipo somam R$ 98 milhões em 2005 e 2006. Mas o empenho do PSB em relação ao programa é bem maior: a participação do partido nesse bolo chega a 16%, quatro vezes mais do que o tamanho de sua bancada no Congresso. Ao menos uma delas (de R$ 1,08 milhão) foi destinada ao Instituo Brasileiro de Cultura e Educação (Ibrae), entidade "sem fins lucrativos" apontada pela Polícia Federal como um dos principais núcleos de fraude do esquema sanguessuga no Rio.

Baltazar está incluído no rol dos 90 investigados, entre outros motivos, por ser acusado pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, um dos donos da Planam, de ter negociado uma propina de 10% sobre o valor da emenda direcionada ao Ibrae.

Entre os deputados da bancada socialista, quem mais se destaca na apresentação dessas emendas é o carioca Alexandre Cardoso. Sozinho, ele responde por R$ 5,3 milhões voltados à aquisição de ônibus como os que a Planam montava. Outro deputado do Rio de Janeiro, Paulo Baltazar, pediu R$ 2,68 milhões em emendas. João Mendes de Jesus (RJ), Josias Quintal (RJ), Ribamar Alves (MA) e Isaías Silvestre (MG) também integram a lista dos acusados de envolvimento nas fraudes com ambulâncias e remeteram emendas para o programa de inclusão digital.

Vedoin afirma que pagou R$ 35 mil a João Mendes em troca da apresentação de uma emenda de R$ 700 mil ao Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento de Qualidade (Intedeq), outro ralo de recursos de emendas absorvidos pelo esquema.

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