Projeto vai incentivar produção de marfim vegetal no Brasil

Uma ação conjunta das organizações não-governamentais Centro de Trabalhadores da Amazônia (CTA) e BrasilConnects pretende organizar a produção e criar mercado no Brasil para o marfim vegetal, nome pelo qual é conhecida a semente da jarina, uma palmeira amazônica, encontrada nos estados do Acre, Rondônia e parte do Amazonas. Praticamente desconhecida no País, a espécie existe também no Equador, Peru e Colômbia, que movimentam cerca de US$ 50 milhões por ano com sua exploração e exportação, principalmente para os Estados Unidos.

A parceria, que acaba de ser formalizada, vai tornar possível estudos para levantamento de estoque, plano de manejo, coleta, beneficiamento e comercialização das sementes de jarina (phytelephas ssp) em dois assentamentos agroextrativistas no Acre: São Luís do Remando e Porto Dias. ?Essas comunidades já trabalham com extrativismo madeireiro e não-madeireiro, mas a coleta da jarina é ainda uma atividade esporádica e desorganizada?, explica Rocío Chacchi Ruiz, coordenadora da parte não-madeireira do Programa de Manejo Florestal de Uso Múltiplo do CTA.

O marfim vegetal é resultado do polimento das sementes de jarina. Com características físicas semelhantes ao marfim de origem animal (dureza, resistência, cor e brilho), é utilizado na produção de jóias, artesanato e objetos funcionais, como tarraxas de violão. ?A espécie brasileira, com cerca de 3 centímetros de diâmetro, é menor do que a encontrada no Equador, com aproximadamente 6 centímetros, mas pode ser utilizada para as mesmas finalidades?, diz Rocío.

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